O tema escolhido para orientar nosso trabalho de planejamento acadêmico na 56ª Semana de Integração Acadêmica e Planejamento não podia ser mais urgente e estimulante. “Inteligência Artificial e Educação Superior à luz do Humanismo Solidário” articula três elementos estruturantes do projeto pedagógico, que movimenta a comunidade acadêmica da PUC Goiás.

O primeiro elemento é a educação superior. Fazer e viver educação superior com excelência é nossa missão há 65 anos. Nessa longa história de vida institucional sempre fomos à procura das melhores formas de estimular o desenvolvimento humano e profissional dos nossos estudantes. Em todos os campos do conhecimento em que nos envolvemos procuramos dar nossa contribuição com competência acadêmica e compromisso ético, conscientes que a produção de conhecimento é um ato político de extrema relevância e responsabilidade, em sintonia com o espírito do Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco.

O segundo elemento é o humanismo solidário, que condensa a doutrina social da Igreja, pela qual Papa Francisco nos convoca a contribuir com o exigente projeto de construção de relações sociais justas e solidárias. Discutimos e refletimos sobre o humanismo solidário em outras SIAP e deve continuar como nossa referência essencial, inspirando todas nossas ações e projetos institucionais.

O terceiro elemento do tema é um dos maiores desafios contemporâneos para a humanidade, que, ao mesmo tempo, se apresenta como uma grande conquista da tecnologia e da ciência:  a inteligência artificial. Ela já está em todos os dispositivos que usamos. Contribui com a eficiência de muitos serviços na vida cotidiana da nossa sociedade, mas ameaça em profundidade a estrutura da própria sociedade. Responde perguntas, cria vídeos e não se preocupa com sua veracidade; acelera a produção de remédios e torna “inteligentes” misseis e bombas. Por isso o Papa Francisco, em seu pronunciamento no encontro dos líderes mundiais do G7 em junho de 2024, a definiu “um instrumento fascinante e tremendo”.

A inteligência artificial é considerada uma tecnologia disruptiva, que abre possibilidades impensadas de inovação. Mas pode ser disruptiva, também, por romper as relações que configuram nossa experiência humana. A educação, como encontro de pessoas que buscam a construção e o compartilhamento dos saberes, é uma dessas relações que está sob o fascínio e a ameaça do conjunto de ferramentas digitais que chamamos de inteligência artificial.

Esse é o desafio da nossa SIAP e da nossa missão educativa, que gostaria de apresentar com as palavras de Papa Francisco: “falar de tecnologia é falar sobre o que significa ser humano e, portanto, sobre aquela nossa condição única entre liberdade e responsabilidade, ou seja, é falar de ética” (Discurso ao G7 em 14 de junho de 2024).

Profa. Olga Izilda Ronchi

Reitora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Profª Sonia Margarida Gomes Sousa

Pró-Reitora de Graduação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás