Sistema Único de Saúde é discutido em congresso
Discutir os 30 anos de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), assim como o acesso à cobertura universal e o financiamento em saúde. De olho nesse contexto, o Mestrado em Atenção à Saúde da PUC Goiás promoveu na manhã desta sexta-feira, 19, dentro da programação do IV Congresso de Ciência e Tecnologia da PUC Goiás, a mesa-redonda Acesso e cobertura universal à saúde, com participação de docentes da PUC Goiás e da UFG.
Para a docente da universidade, profa. Adenícia Custódia Silva Souza, coordenadora do Mestrado de Atenção à Saúde, o SUS ainda representa o melhor sistema de saúde – título reconhecido mundialmente- todavia o acesso e sua cobertura universal dependem do financiamento e a atual crise econômica tem afetado essa área.
“Um fator importante é a formação de profissionais com competência para atuar nas diferentes formas de atenção, especialmente, a primária, para dar esse atendimento de qualidade de forma integral”, analisou a professora, que mediou o debate. Ela também fez uma ponte da temática discutida na mesa com o projeto pedagógico do Mestrado em Atenção à Saúde da instituição, que visa qualificar o profissional para atuar na promoção da saúde, de forma que os usuários do SUS tenham melhores condições de vida e menos riscos de adoecimento.
De acordo com a profa. Mércia Pandolfo Provin, da Faculdade de Farmácia da UFG, outro fator relevante para discussão são as vias de acesso aos medicamentos. Ela lembrou que o sistema de saúde prevê a assistência farmacêutica como parte do cuidado, no entanto, ela está intricada a uma profusão de normas e regulações que dificultam o entendimento das pessoas sobre como ter acesso aos medicamentos.
“É um aspecto bastante importante, porque temos muitas demandas judiciais, mas as pessoas precisam saber dos seus direitos e, muitas vezes, o medicamento está disponível na rede pública. Às vezes, o paciente entra com uma ação judicial e o acesso é simples”, atentou a docente.
O debate foi prestigiado pela secretária municipal de Saúde e docente do curso de Medicina, profa. Fátima Mrué, que pontuou a relevância da discussão. “São 30 anos de SUS – uma joia rara que temos – mas que ainda encontra dificuldades. Temos empecilhos de várias naturezas no país inteiro e, um deles, é a diminuição do aporte de recursos, por parte do governo federal. Isso impacta nos serviços de saúde, que são cada vez mais caros, porque as tecnologias estão cada vez mais avançadas, mas vejo que nós sofremos por um modelo de gestão muito heterogêneo e frágil”, refletiu.
Ao mesmo tempo, a secretária rememorou o pioneirismo do curso de Medicina da universidade ao formar gestores qualificados para a saúde pública: “desde quando o curso foi criado, já utilizava o modelo de metodologias ativas e a inserção do aluno nos cenários reais ocorre desde o primeiro período, com uma perspectiva de gestão mais qualificada e técnica”, complementou.
Fotos: Wagmar Alves