Ser velho é o máximo: projeto valoriza idosos
No primeiro dia da programação da Jornada da Cidadania 2017, centenas de idosos tiveram a grata surpresa de serem os primeiros praticantes do projeto inédito Ser velho é o máximo, promovido pelo Programa de Gerontologia Social da PUC Goiás. Alunos e professores abordaram pessoas com mais de 60 anos para contar suas histórias e registrar seus rostos. O material será usado em documentário e exposição que valorizam conhecimento e experiência dos idosos.
Para a aposentada Maria Célia Ferreira, 72, o projeto foi uma grata surpresa. Ela não se lembra quando tirou a última fotografia sozinha, sem filhos ou netos. A identidade como idosa foi transformada nos últimos 14 anos, em que frequentou a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati).
Já para Alice Maria Nunes, 62, a oportunidade de participar do projeto incluiu um corte novo aos cabelos grisalhos. “Vou ficar muito bem antes das fotos”, explicou. Ela veio acompanhada dos filhos para trocar a identidade, mas aproveitou para falar sua própria história e os sonhos de uma vida em harmonia.
O trabalhou no projeto, que irá circular nos quatro dias da Jornada, emocionou a acadêmica de Fonoaudiologia e voluntária Júlia Carvalho, que se lembrou dos avós idosos. “Muitos ficam tímidos diante do convite para serem protagonistas e contarem suas histórias, mas outros, já gostam de falar e dividir suas experiências”, explica a estudante, que vê nesta diferença a forma como cada um encara a própria velhice e também o acolhimento das famílias.
Voluntário do projeto, o designer Eduardo D’Ávila é o responsável por gravar os idosos. Os vídeos serão usados para o documentário sobre o projeto. “O que é mais legal é perceber como eles buscam coragem para enfrentar novos desafios, aprenderem coisas novas”. Para a coordenadora do projeto Lisa Valéria Torres, o trabalho teve muita aceitação entre os idosos, alunos e não alunos da Universidade Aberta à Terceira Idade. Eles falaram sobre a forma como eles se enxergam e como acham que a sociedade os enxerga. “Vivemos em uma sociedade cujo valor moral é a juventude e isso implica em questões como os jovens e adultos percebem o envelhecimento”, explica.