Seminário faz reflexão sobre história da África
Com a participação de quatro instituições de ensino superior e de duas associações de pesquisadores, foi aberto oficialmente na noite desta terça-feira, 12, o I Seminário de História da África e suas Diásporas, no Auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades (EFPH) da PUC Goiás. Pela primeira vez no Estado, o historiador congolês Elikia M’Bokolo ministrou a conferência e defendeu a importância de se refletir, de maneira conjunta, sobre o continente africano e o deslocamento de sua população.
Membro da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais, ele elogiou a escolha do tema do seminário. “Houve uma prática de se estudar a história dividindo o continente e a diáspora, como se as pessoas tivessem esquecido a África. Não acho que seja possível esquecê-la”, explicou.
Para M’Bokolo, para se falar sobre a África, é necessário em primeiro lugar adquirir conhecimentos históricos, pois “às vezes, a história é confundida com mitos, invenções, crenças, que nada tem a ver com a realidade”, alertou. Outro ponto importante, segundo ele, é a organização dos conhecimentos históricos e da “capacidade de conhecer e inventar meios de vivermos juntos numa sociedade que seja melhor”, disse.
Programação
Nesta quarta-feira, 13, M’Bokolo participa de roda de conversa a partir das 10 horas, no Auditório da Física na Universidade Federal de Goiás (UFG), no Câmpus Samambaia. A programação vai até sexta-feira, 15, com rodas de conversa, mesas-redondas e apresentações culturais.
Também englobam o evento o II Cartografando Resistências em Goiás, da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e o I Encontro Regional do GT de História da África, da Associação Nacional de História – Seção Goiás (ANPUH-GO). O encerramento será no Área 1 da PUC Goiás, com apresentações orais.
O seminário começou no período da manhã, também na EFPH, em mesa que debateu a presença negra na universidade. Participaram representantes da PUC Goiás, da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e do Instituto Federal de Goiás (IFG).
Participação
Para o estudante do 2º período de História da PUC Goiás Felipe Barbosa, o evento traz também uma reflexão sobre a história do Brasil. “É preciso adquirir conhecimento para debater com mais propriedade”, ressalta.
Já para as estudantes do 6º período de História, Amanda Almeida e Nathalya Rawany, o seminário tem um mérito de discutir um tema ainda pouco abordado, aprofundando a sua abordagem. “O fato de o palestrante ser africano vai nos trazer uma visão diferente”, previu Nathalya, pouco antes de a conferência iniciar.
A professora de dança Juliana Jardel abriu a programação noturna com a Coreograf’Afrika Diáspora.
(Com a colaboração de Gabriel Araújo, estagiário da Dicom)