PUC recebe programação do Seintegra

A Semana de Integração do Design teve início na última segunda-feira, 25, e segue até a sexta-feira, 29, com programação que percorrerá as principais escolas de design de Goiânia, oferecendo oficinas, palestras, rodas de conversa, flash tattoos, entre outros. Além da PUC Goiás, participarão do circuito de instituições a Estácio (terça-feira, 26), a Faculdade de Artes Visuais da UFG (quarta-feira, 27) e Senac (quinta e sexta-feira, 28 e 29, respectivamente).

Responsável pela abertura, a programação da PUC Goiás, além de uma pizzada no pátio da Área 3, promoveu uma palestra sobre mercado de trabalho, com Juliana Durando; uma exposição na marcenaria com a professora Edith Lotufo, intitulada ‘Das coisas nascem coisas: de módulos a objetos tridimensionais’; uma explanação denominada ‘Concretudes editoriais afetivas’, feita por Ana e Wagner Bandeira e uma oficina de pirogravura com Helena Poubel, designada ‘A arte de marcar com o fogo’.

Circulando pelas oficinas e espaços planejados especialmente para o evento, a coordenadora do curso de Design da PUC Goiás, professora Genilda da Silva Alexandria Sousa, explica que o Seintegra está completando 10 anos. Apesar dos 2 anos de hiato da pandemia, o evento voltou a ser realizado no ano passado e seu principal objetivo é promover a integração entre os cursos de design da cidade (faculdades, corpos docentes e estudantes), com o intuito de oferecer uma programação de muita qualidade e baixo custo: “Pra se ter uma noção, a preocupação com a inclusão social dos estudantes foi tamanha que até abriram edital social para permitir que aqueles alunos que não tivessem condições financeiras de participar das oficinas não deixassem de acessá-las por essa razão”, comemora. Dentro da programação, as únicas atividades pagas são as oficinas porque utilizam materiais.

Outro aspecto considerado fundamental por Genilda é a afetividade envolvida no processo de aprendizado, também estabelecida nos eventos da programação: “Entendo que, a partir do momento em que se estabelece uma conexão afetiva com os professores, com os profissionais, com o campo, o estudante acaba tendo condições melhores de se tornar um profissional qualificado porque a aprendizagem acontece de uma forma mais tranquila e, sobretudo, mais efetiva”, afirma.

Ao exemplificar, a professora cita a produção artística da professora Edith Lotufo: “Na obra da professora Edith, por exemplo, encanta perceber que ela traz não só essas questões sociais, mas ambientais, como a preocupação com o reaproveitamento de materiais. Todos os produtos de design que ela desenvolve tem lixo zero”, destaca.

A comissão organizadora do evento foi formada por 10 pessoas. Umas delas, era Ana Maria Gonçalves de Almeida e Souza, egressa do curso de Design, recém-formada. Ela conta que a organização do Seintegra envolve o contato com os professores e coordenadores dos cursos e posterior formação da comissão: “Depois disso, a comissão vai às faculdades, apresenta o projeto, explica a importância do evento para que aqueles estudantes conheçam e tenham vontade de participar”, explica.

Ana Maria contabilizou 10 bazares funcionando, 20 pessoas na monitoria e 250 ingressos vendidos, além da reunião de muitos estudantes, professores e profissionais da área.

‘Das coisas nascem coisas: de módulos a objetos tridimensionais’

Presente no evento, a professora Edith Lotufo, aposentada desde 2017, explica que a sua exposição feita na marcenaria é de um projeto que tem história e um de seus objetivos é mostrar que a arte de criar se retroalimenta numa constante: “Este é um projeto inovador e sustentável que nos levou à Bienal de Design em 2010. A partir dele, eu quis criar algo mais experimental e lúdico, torcendo o papelão, saindo do plano, deixando de ser uma coisa mais tradicional e mostrei que a intuição também faz parte do experimento. As criações são únicas”, enfatiza.

A professora conta que em 2020 retomou o projeto de forma individual, já que antes ele era desenvolvido em conjunto com a cooperativa de reciclagem de lixo, de forma prática e planejada, pensado e elaborado para a produção de objetos utilitários que, à época, foram muito vendidos.

 

 

Fotos: Wagmar Alves