PUC lança campanha contra pobreza menstrual
O Programa de Direitos Humanos (PDH) da PUC Goiás lançou oficialmente nesta terça-feira, 7, a campanha de combate à pobreza menstrual, no auditório da Área 4, com palestra sobre o tema. O evento foi uma parceria com o Centro Acadêmico de Psicologia, o grupo Girl Up e a Câmara Municipal de Goiânia.
Com a pergunta “Você sabe o que é pobreza menstrual?”, estudantes e professores assistiram ao debate entre a vereadora Aava Santiago, a advogada e mestre em Estudos Literários, Yane Rebouças, e a médica obstetra, Kássia de Menezes. O diálogo foi mediado pela professora da PUC e coordenadora do PDH, professora Luciene Falcão Silveira.
O objetivo foi conscientizar sobre a chamada pobreza menstrual e combater a falta de produtos para a higiene básica. “Consideramos que falar sobre pobreza menstrual na universidade muito importante, porque é um tema de saúde pública. Sabemos que muitas mulheres não têm acesso ao absorvente ou ao coletor menstrual e acabam usando materiais inadequados vão trazer problemas para sua saúde”, afirmou ela reforçando a necessidade de falar sobre a menstruação, que é um tema tabu na sociedade.
De acordo com o relatório “Pobreza Menstrual no Brasil – Desigualdades e violações de direitos”, elaborado pelo Unicef, cerca de 321 mil alunas, 3% do total de meninas nas escolas, estudam onde não têm banheiro em condições de uso. A pesquisa mostrou que, no Brasil, 1,24 milhão de meninas (11,6%) não têm à disposição papel higiênico nos banheiros das escolas. Entre essas meninas, 66,1% são pretas/pardas.
A advogada e ativista Yane Rebouças reforçou, durante o evento, a necessidade de tornar a menstruação um tema comum e natural para toda a sociedade. Esta ação, segundo ela, tornará mais efetiva a criação de políticas públicas voltadas para as mulheres. “Temos que pensar como a pobreza atinge ainda mais as mulheres que não têm acesso aos absorventes”, explica ela.
Além da palestra, o PDH em parceria com o Centro Acadêmico já está realizando arrecadação de absorventes e coletores menstruais em toda a universidade. A campanha está com pontos fixos de arrecadação e distribuição na Área 3, 4 e 5 e no Campus V da Universidade, até o próximo dia 10. Também pode ser feita doação de qualquer quantia para o PIX girlup.go@gmail.com (Júlia Rocha Almeida). No próximo semestre, os pontos de coleta serão recolocados e uma nova ação será realizada.
Os produtos arrecadados serão doados para o Ciamp Rua, que atende mulheres em situação de rua, e para o C.A. de Psicologia e para o Girl Up, que encaminharão para outros grupos. Para a estudante de Psicologia Ana Júlia Rezende, diretora de Ação e Integração Social do C.A., a campanha possibilitou divulgar uma realidade que nem todos conhecem e apoiar os grupos mais vulneráveis.