PUC Goiás abre 8ª Jornada Mundial do Pobre com debate sobre solidariedade

A PUC Goiás iniciou, na quarta-feira (13), a 8ª edição da Jornada Mundial dos Pobres, que se estende durante todo o mês de novembro. Este evento atende ao chamado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade, promovendo reflexões e ações solidárias junto à comunidade acadêmica. Com o tema “Ouve o meu clamor” e o lema “A oração do pobre eleva-se até Deus” (cf. Sir 21, 5), a Jornada busca sensibilizar os participantes sobre o compromisso de apoio aos mais necessitados.

A abertura oficial foi transmitida ao vivo pelo canal da PUC Goiás no YouTube, com uma mesa-redonda que abordou o tema “Dia Mundial dos Pobres: Cuidado, Cultura do Encontro e Compromisso da PUC Goiás”. A mesa contou com a presença de Irmã Alecsandra Pina de Oliveira, doutoranda em Ciências da Religião e voluntária da Pastoral Universitária, o Pe. Moésio Pereira de Souza (CSSR), e Peterson Prates, jornalista e membro da Articulação Brasileira para Francisco e Clara. A mediação ficou a cargo do Pe. David Pereira de Jesus, coordenador do curso de Teologia da PUC Goiás. Para assistir o debate na íntegra, clique aqui.

Profa. Polliana Pires, da Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás, ressaltou a importância da jornada como resposta ao chamado do Papa Francisco para refletir sobre o Dia Mundial dos Pobres. Ela destacou que as múltiplas ações realizadas ao longo de novembro visam mitigar as necessidades da população vulnerável de Goiânia e incentivar os estudantes a refletirem sobre seu papel na sociedade. “A oração dos pobres é um grito de esperança, um apelo para que respondamos com solidariedade e compromisso”, afirmou a professora.

Durante a mesa-redonda, Irmã Alecsandra Pina falou sobre a “opção preferencial pelos pobres” como uma missão fundamental da Igreja, citando que os pobres são os “destinatários primeiros do Reino de Deus”. Ela alertou para o cuidado com as distrações do mundo que podem desviar a atenção do que é essencial. “O essencial é o encontro, é a acolhida, é estar ao lado um do outro”, disse, mencionando ainda o impacto da migração de famílias pobres como um rosto concreto da vulnerabilidade social. E lembrou sua própria trajetória. Maranhense, ela veio para Goiás como missionária e ressalta a importância da acolhida e do abraço para sua permanência.

Pe. Moésio Pereira abordou a importância de ver os pobres com dignidade e respeito, lembrando que todos têm origens humildes e que “tudo o que temos vem de Deus”. Ele destacou os ensinamentos dos textos sapienciais que defendem a dignidade dos pobres. Já o jornalista Peterson Prates enfatizou a necessidade de lutar contra as estruturas que perpetuam a pobreza. Segundo ele, a pobreza não é um destino inevitável, mas uma condição resultante de injustiças sociais. “Precisamos alargar a tenda de acolhida e buscar caminhos que superem essa injustiça”, afirmou.

O mediador do debate, Pe. David Pereira concluiu reforçando a necessidade de aprender com os pobres, citando o Papa Francisco ao afirmar que eles representam um lugar teológico e um sujeito de evangelização. Segundo o padre, é essencial que a universidade promova esses momentos de reflexão para que todos aprendam também com os pobres, lembrando que são eles na comunidade, os mais generosos e altruístas.

A Jornada Mundial dos Pobres continua com atividades ao longo de novembro, envolvendo a comunidade universitária em ações solidárias e debates sobre o compromisso com a justiça social. Confira a programação abaixo.