Programação diversa marca 3ª Jornada Científica da ECEC

Em sua reta final, a terceira edição da Jornada Científica da Escola de Ciências Exatas e da Computação (JCECEC) trouxe, em seu penúltimo dia de atividades, diversidade.

Entre as dezenas de palestras, minicursos, mesas-redondas e exposições, optou-se, nesta sexta-feira, 23, por trazer a riqueza da diversidade que compõe a escola em sua formação e representação. Enquanto a escola lançava sua aguardada primeira revista, a Arithmós, no auditório 1 da Área 2, por exemplo, os outros auditórios receberam palestras sobre inclusão na escola e sobre inovação. No hall, alunos apresentaram trabalhos acadêmicos motivados por diferentes disciplinas como a matemática, a física, a engenharia e a computação.

A inclusão da pessoa com deficiência

No auditório 2, o professor doutor Eder Pires de Camargo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ministrou a palestra Barreiras a serem enfrentadas para um efetivo processo de inclusão escolar e social da pessoa com deficiência, em que falou da pessoa com deficiência na perspectiva social.

“A pessoa que é cega encontra um mundo preparado, moldado inteiramente para quem enxerga. O mesmo ocorre com as pessoas de outras realidades não-hegemônicas. O que quero dizer é que isso é uma construção, é social”, frisou.

Ao falar do ensino, exemplificou a questão da inclusão no ensino da física. “Os livros didáticos trazem representações de ideias e conceitos de forma visual. Quando você pensa isso de uma forma multissensorial, consegue constrói o mundo de uma forma que inclui pessoas com características muito distintas, como os cegos e os mudos, por exemplo”, disse.

Consciência que tem ganhado destaque nos últimos anos, o ensino multissensorial é acompanhado de perto pelas disciplinas das chamadas “ciências duras”, ou exatas, como a matemática e a física.

“Eu não me afeiçoo muito com a ideia de adaptação, sou mais defensor do conceito de transformação. São palavras semelhantes, mas muito diferentes. Quando transforma, você não tenta fazer nada caber em um molde estabelecido, adaptar-se, você constrói de novo, muda”.

O desafio da inovação

No auditório 3, alunos ouviam atentos os relatos de experiência de estudantes e ex-estudantes que participaram de edições anteriores da Hackathon, um modelo de maratona que se tornou comum entre os acadêmicos e profissionais da computação. Agora, a iniciativa começa a ser realizada, também, na universidade.

“É uma oportunidade de trabalhar em equipe questões da programação. São desafios lógicos, voltados mesmo para os moldes empresariais”, explicou o professor Fernando Gonçalves Abadia, da equipe organizadora.

“Eles terão que bolar, em nove horas, todo o esquema de uma empresa, visando solucionar algum problema real da universidade ou do público externo”. Serão cerca de 30 pessoas participando do desafio de programação no sábado, 24, durante todo o dia.

A Jornada Científica é realizada anualmente pela ECEC, sempre em data próxima a seu aniversário. Reúne as comunidades acadêmicas das áreas de Computação, Física, Matemática e Química, em temas comuns.

Fotos: Ana Paula Abrão