Programa apresentado por docente da PUC ganha Prêmio Dom Tomás Baduíno

O programa de televisão TBC Memória, apresentado e dirigido pelo professor do curso de Jornalismo da PUC Goiás, Enzo De Lisita, conquistou o Prêmio Dom Tomás Baduíno na categoria Produção jornalística em vídeo pelo episódio que retrata os povos ciganos do estado de Goiás.

A premiação ocorreu na última terça-feira, 14 de fevereiro, no Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg- Sindicato). Transmitido pela TV Brasil Central (TBC), o projeto foi criado em 2020 com o desejo de trabalhar materiais que levem para o público a experiência histórica de Goiás retratada por personagens que marcaram a constituição do estado ao contribuírem com a sua formação e desenvolvimento.

Preparando a quinta temporada do quadro, o professor Enzo De Lisita comentou sobre a importância social que o programa tem para a comunidade goiana, influência que motivou a conquista do prêmio. “Por sermos uma emissora que não tem a finalidade comercial, a gente tem a oportunidade de abordar temas com mais tranquilidade e liberdade. Temos uma preocupação histórica muito grande, tanto que o historiador e doutor, Edvaldo Corcino, integra nossa equipe para contribuir na verificação histórica. A estética é muito apurada, embora seja um programa de entrevista, trabalhamos para obter melhor precisão nas imagens, sempre seguindo o princípio de casar texto com apresentação”.

O episódio premiado contou com a participação da professora e publicitária, Francielle Miranda, estudiosa dos povos ciganos, que teve como objeto de pesquisa o desenvolvimento dessas comunidades em território goiano. “Ter a temática da pesquisa exposta em um programa televisivo, e o mesmo receber uma premiação, tendo com isso maior visibilidade em outros meios de divulgação é um passo importante tanto para a socialização do conhecimento científico, aproximando a pesquisa acadêmica da sociedade, bem como na ampliação e compreensão acerca da etnia. Porque somente conhecendo a história que poderemos questionar as imagens arraigadas no nosso inconsciente, estereótipos que nós reproduzimos sem questionar, gerando empatia e acabando com os preconceitos”, ressalta Francielle.

Ao retratar os povos ciganos, o programa promoveu uma maior compreensão cultural de um grupo étnico que sofre com os impactos do preconceito racial e civilizatório no Brasil. Esse processo levou voz à agrupamentos que constituem uma minoria social, contribuindo para o desenvolvimento humanitário no país. “Levar um prêmio no nome de Dom Tomás Baduíno, um dos principais nomes da igreja católica, que combateu a ditadura e ajudou a defender os direitos humanos, é bem satisfatório. O prêmio não leva dinheiro, é uma obra de arte muito bonita, diga-se de passagem, e que ressalta a importância do nosso trabalho. Acima de tudo mostra que a TBC tem profissionais qualificados e competentes”, destaca Enzo.

O quadro jornalístico vai ao ar todos os sábados, às 12h45, com episódios de 15 minutos que contribuem com a preservação da história de Goiás.

Sobre o prêmio

O Prêmio Dom Tomás Baduíno foi criado em 2018 pelo Comitê Goiano de Direitos Humanos em conjunto com a Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos da UFG e o Sindicato dos Jornalistas do Estado de Goiás. O intuito da premiação trata-se de reconhecer e valorizar trabalhos e projetos desenvolvidos por jornalistas e estudantes universitários na área da comunicação e na defesa dos direitos humanos.

A premiação leva o nome do Bispo Dominicano Dom Tomás Baduíno, morto em 2 de maio de 2014, o bispo era defensor dos direitos humanos e buscava uma sociedade justa e igualitária para toda comunidade. A quarta edição do prêmio contou com seis categorias, incluindo Produção jornalística em texto; Produção jornalística em áudio; Produção jornalística em vídeo; Produção jornalística na web; Fotografia e Arte.

Texto: Juliano Cavalcante, estagiário da Dicom