Papa Francisco: um legado para a educação

O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, foi o 266º pontífice da Igreja Católica. Eleito em 2013, foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo. Sua trajetória acadêmica e religiosa demonstrou um compromisso profundo com a educação e a formação humana, temas que permeiam seu pontificado e suas encíclicas e refletem diretamente no trabalho da PUC Goiás.
Jorge Bergoglio formou-se técnico em Química antes de ingressar na Companhia de Jesus em 1958. Estudou Filosofia e Teologia, licenciando-se nessas áreas. Entre 1964 e 1966, atuou como professor de Literatura e Filosofia em colégios jesuíticos na Argentina, destacando-se pelo interesse em uma educação integral e humanista.
Antes de sua eleição como Sumo Pontífice, Bergoglio atuou como arcebispo de Buenos Aires e foi criado cardeal pelo Papa João Paulo II em 2001. Em sua missão eclesial destacou-se por seu trabalho pastoral em comunidades carentes e por seu compromisso com a justiça social. Durante a ditadura militar argentina (1976-1983) atuou em favor dos perseguidos pelo regime, utilizando sua posição na Igreja para proteger sacerdotes e leigos ameaçados.
O Papa Francisco sempre enfatizou o papel da educação na formação das pessoas e na promoção da justiça social. Para ele, o conhecimento deve estar aliado à formação de valores e à solidariedade. Seu pensamento educacional reflete a tradição jesuíta, que busca um equilíbrio entre fé, razão e compromisso social.
Documentos papais e a relação com a América Latina
Desde o início de seu pontificado, Francisco demonstrou uma forte preocupação com a América Latina e suas questões sociais, incluindo a educação. Essa perspectiva está presente em diversos documentos, como a encíclica Laudato Si’ (2015), que trata do cuidado com a “casa comum” e destaca o papel da educação para a construção de uma consciência ecológica integral. Ele argumenta que a degradação ambiental está profundamente ligada às desigualdades sociais e que a educação é uma das principais ferramentas para transformar essa realidade.
Outro documento relevante é a encíclica Fratelli tutti (2020), na qual o Papa reforça a importância da fraternidade e da amizade social. O texto ressalta que a educação deve promover valores como a empatia, o diálogo e a inclusão.
A Praedicate Evangelium (2022), constituição apostólica que reforma a Cúria Romana, também reflete a visão do Papa sobre a formação cristã, reforçando o papel evangelizador da Igreja e sua missão educadora.
O compromisso educacional no mundo contemporâneo
O Papa Francisco entendia a educação como um direito universal e um desafio global. Ele defendeu que a educação de qualidade deve ser inclusiva, acessível e promotora da dignidade humana. Durante seu pontificado, incentivou iniciativas que fortaleçam a educação integral e solidária, como o Pacto Educativo Global para a Educação, promovendo o diálogo intercultural e inter-religioso.
Ao longo dos anos, Francisco alertou sobre os riscos de uma educação voltada apenas para o lucro e a eficiência, enfatizando que o verdadeiro aprendizado deve incluir o desenvolvimento da consciência moral e da responsabilidade social. Ele também destacou a importância da educação ambiental como um meio de garantir um futuro sustentável para o planeta.
O Papa Francisco se tornou um líder religioso que reconheceu a educação como pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e sustentável, especialmente em favor das pessoas e dos países mais pobres.
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