Palestra e lançamento de livro desmistificam Questão Palestina

Do mito da Terra Prometida à terra da resistência. Esse título dá nome ao livro lançado pelo historiador Sayid Tenório na última sexta-feira, 13, na Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás. O evento promovido pelo Grupo de Pesquisa La Folie, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História, trouxe uma discussão sobre o povo palestino e as lutas anticoloniais que enfrenta na atualidade.

Coordenador do grupo de pesquisa, o prof. Eduardo Sugizakki destacou a importância de dar visibilidade a essa temática. “Nós queríamos mostrar à população em geral quem são os palestinos, sua luta histórica para poder ter um Estado próprio que corresponda aos habitantes da região palestina desde centenas de anos atrás. É um território tradicional e a relação que isso tem com a fundação recente do Estado de Israel naquele mesmo território, em 1945, logo após o encerramento da Segunda Guerra Mundial”, explicou o docente.

No livro, Sayid destaca que ao longo de sua história a Palestina enfrentou muitos interesses de dominação e controle, que persistem até os dias atuais. “Faço uma contraposição às teorias utilizadas pelo movimento sionista para cobiçar a Palestina: eles dizem que a Palestina seria aquela terra que no Antigo Testamento Deus promoveu e destinou a um determinado grupo de pessoas. Eles reivindicam essa condição de serem os escolhidos e eu contesto essas teorias demonstrando que a Palestina pertence aos palestinos, os povos originários”, reforçou o escritor.

No debate, o autor fez um análise da atual situação palestina, questões de direitos humanos, justiça pela humanidade e pela liberdade, além de reforçar a importância de a mídia ser transparente e não haver discursos de ódio sobre os inocentes.

“A questão palestina é hoje a questão de direitos humanos e de justiça mais importante da humanidade. Então, quanto mais a gente debater a questão palestina, ouvir as pessoas e trocar ideias sobre a importância da libertação deste povo, melhor. Quem se desinforma pela mídia convencional, os grandes veículos de comunicação, tem uma visão completamente distorcida. As vítimas, as pessoas que estão sendo exterminadas, é que aparecem como os agressores. Então é preciso desmistificar, é preciso tornar ao conhecimento das pessoas o que de fato está acontecendo na Palestina.” completou o autor.

Também prestigiou o evento, a coordenadora da pós-graduação stricto sensu da PUC Goiás, prof. Marina Aleixo. Na ocasião, ela destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento do Programa de Pós-Graduação em História.

“Quando a gente pensa na questão da publicação, isso traz o avanço do conhecimento de determinada área, no caso aqui hoje, a respeito da Palestina, o quanto isso vai agregar para o Programa. Então, isso agrega tanto para o Programa quanto para o impacto da sociedade em si, para um conhecimento mais amplo e aprimorado a respeito de uma temática específica, que é a Palestina”, completou.

(Com colaboração da estagiária Nivia Menegat)

Fotos: Weslley Cruz