Organizações buscam ampliação dos direitos das pessoas com deficiência
No mês dedicado a dar visibilidade à inclusão das pessoas com deficiência, a PUC Goiás cumpriu mais uma etapa nas discussões das melhorias e da realidade de quem vive com algum tipo de deficiência. No Brasil, são 45,6 milhões de pessoas, cerca de 24% da população brasileira com algum tipo de deficiência e enfrentam as barreiras da falta de acessibilidade e informação.
O tema foi discutido nesta quinta-feira, 26, no Auditório 1 da Área 2, em evento da universidade em parceria com a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás e a Ordem dos Advogados do Brasil. De acordo com a professora do curso de Letras da PUC, Edna Misseno, organizadora da programação, foram convidadas entidades e representantes de diversos movimentos para discutir educação inclusiva, diálogos possíveis com as associações de apoio às pessoas com deficiência. “O objetivo foi trazer isso para os alunos da graduação das duas instituições com a possibilidade de prepara-los como profissionais para estes desafios”.
Para trabalhar inclusão, a primeira lição é ouvir quem lida no dia a dia com as dificuldades de um sistema de educação que ainda não oferece as mesmas oportunidades para todos. É o que conta o jovem Álvaro Oiano Visotto, 21 anos, que tem autismo leve. “É importante falar sobre o autismo e como lidar com os autistas em sala de aula ou em qualquer outro ambiente. Aprender a lidar com as diferenças e incluir mais a gente”, explica ele, que sonha em trabalhar com eventos ou Educação Física, que ainda espera uma nova oportunidade para voltar a estudar. Hoje, ele trabalha no polo industrial da Santa Marta.
A pediatra Alessandra Jacob, da Associação de Amigos e Familiares dos Autistas e coordenadora do Movimento Orgulho Autista do Brasil, compartilhou a própria experiência como mãe de uma criança com autismo. Depois de buscar atendimento para a filha fora do estado, ela voltou a morar em Goiânia e investiu na formação de grupos de apoios para familiares e pessoas com autismo.
Ela conta que para a maioria dos pais, ao receber o diagnóstico, falta informação. “O tratamento é caro. Na associação estamos engatinhando, mas nós pais estamos tentado oferecer apoio”, explica. A entidade realiza atividades na sociedade para esclarecimento e divulgação do autismo. “Além disso, nos grupos, um fortalece o outro e essa união torna possível cobrar políticas públicas de atendimento”, compartilhou ela.
O mesmo desafio é encontrado pela professora de Libras, Andreia Lima, que trabalha com educação inclusiva e reafirmou ontem a importância de usar a primeira língua aprendida pelos surdos para mostrar a identidade cultural deles. O tema ainda é um desafio na sala de aula, onde professores e colegas não dominam os sinais.