Mostra destaca trajetória de frei Confaloni
Aberta na noite desta segunda-feira, 30, na Galeria PUC, a Exposição Centenário Confaloni remonta a história do artista italiano, radicado em Goiás na década de 1950, e considerado o precursor da arte moderna no Estado. A solenidade de abertura reuniu gestores, religiosos, representantes do setor cultural e autoridades, em de homenagens ao legado do frei Nazareno Cofaloni, morto em 1977. No espaço, localizado na Área 3 da universidade, estão expostas 51 pinturas a óleo e 20 reproduções de desenho.
O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, frisou a ligação de Confaloni com a universidade: ele ajudou a criar a hoje Escola de Artes Arquitetura e também atuou nas origens da instituição, no final dos anos 1950. “E, claro, teve uma grande influência na formação de homens e mulheres no campo da cultura e da arte em Goiás”, afirmou.
Para o gestor, a Exposição Centenário Confaloni evidencia a criatividade e a inventividade do artista, além de reafirmar a dimensão estética e artística do projeto educativo da universidade. “Hoje nós estamos apresentando obras que estão há mais de 30 anos sob a guarda da universidade, da Congregação Dominicana”, informa, referindo-se ao convênio firmado pelas duas entidades para as comemorações do centenário do religioso.
Além da mostra, por meio da parceira, um livro do artista deve ser reeditado e relançado, um museu dedicado à sua obra construído e uma exposição internacional realizada, em outubro.
O frei Marcos Sassatelli, coordenador dos Dominicanos em Goiânia, considera que a Exposição Centenário Confaloni marca um reconhecimento do pioneirismo do artista. “Ele teve uma influência muito grande, que é reconhecida cada vez mais”, pondera.
“Sementes”
Organizador da exposição, o diretor de Escola de Artes e Arquitetura, prof. Marcelo Granato, afirma que o evento é fruto das “sementes lançadas por Confaloni” a partir do ano de 1950, quando chegou a Goiás para a pintura dos afrescos intitulados Os Mistérios do Rosário.
“Na exposição, há a chance de ver todo o percurso histórico da obra do frei. É uma amostra didática também, em que as pessoas podem entender como ele traz a vanguarda de arte da Europa para o Brasil. Ele foi um divisor de águas da arte em Goiás”, afirma, citando nomes que foram influenciados pelo artista, como Siron Franco, Ana Maria Pacheco e Amaury Menezes.
Desde o mês de dezembro, Granato e a equipe de curadoras, com a profa. Nancy de Melo Batista Pereira e a aluna de Design Tainá Guimarães Coelho, além de alunos voluntários, trabalharam na restauração das obras.
O público poderá acompanhar a mostra até o dia 30 de março. O horário de funcionamento é das 09h às 12 horas e das 15h às 20 horas. Na Galeria PUC, na Área 3, serão recebidas escolas do município com visitas agendadas. Também será oferecida oficina gratuita de Arte e Educação. Agendamentos e outras informações podem ser obtidos pelo telefone 3946-1361, nos turnos matutino e vespertino.
Fotos: Ana Paula Abrão