Crianças e jovens visitam Memorial do Cerrado
Cerca de 2500 crianças e adolescentes da rede pública de ensino devem visitar o Memorial do Cerrado até o final desta quarta-feira, 23. Em alusão ao Dia do Folclore, comemorado no dia 22 de agosto, o local abre suas portas para visitação gratuita e, além de percorrer a vila cenográfica, Museu de História Natural, aldeia e o quilombo, os visitantes assistem as apresentações de música, teatro, dança, cantigas do Cerrado, Folia de Reis, grupo de fiandeiras, além das oficinas de beiju e rapadura.
“É um resgate da memória do povo que tem sido esquecida, porque as novas gerações precisam viver isso para revigorar e saber o quanto é importante termos no coração a história de um povo que vive em um bioma que está devastado. O Cerrado é o berço das águas e vamos oferecer mil mudas para contribuir para que seja revigorado”, declarou o diretor do Instituto do Trópico Subúmido da PUC Goiás (ITS), José Rubens Pereira.
O evento mobilizou funcionários do Instituto, professores, monitores e estudantes do curso de Zootecnia, que auxiliaram na produção dos beijus e rapaduras. As atividades foram prestigiadas pelo reitor da instituição, Wolmir Amado, que deu às boas-vindas aos visitantes, no turno matutino.
Durante o evento, o gestor destacou a integração do Dia do Folclore com a formação escolar, aproximando os alunos das novas gerações às raízes da identidade do povo goiano, suas histórias, tradição e costumes: “está o jeito de como nossos pais, avós e bisavós viveram e construíram as bases da nossa civilização nesta imensa região, com seus problemas, desafios, esperanças e sua vida. Para esta nova geração é uma descoberta, ao verem na vila cenográfica, o que seus avós, talvez, lhe contaram sobre o que viveram até chegar o tempo atual”, refletiu.
Entre as centenas de estudantes que visitaram o local no turno matutino, a adolescente Laura Neves de Almeida, 14 anos, da Escola Municipal Raimundo Coelho dos Santos, manifestou a alegria de visitar o Memorial pela primeira vez: “adquiri um novo conhecimento e vi os animais empalhados do Museu. É preciso conhecer o passado para entender o presente”, pontuou.
A acadêmica da Zootecnia Gabriela Soares Leite, que aprendeu a técnica de produção do beiju no primeiro período do curso, para as oficinas da Jornada da Cidadania, destacou que a culinária é uma forma, também, de resgatar as raízes de um país ainda escravocrata e de como esse alimento era produzido.Os estudantes cuidam de cada detalhe, desde a preparação e lavagem da mandioca à secagem do caldo, peneiração e o aquecimento no forno à lenha, com açúcar e canela.
Além das visitas agendadas das escolas, o Memorial aguarda a comunidade interna e externa com a expectativa de acolher mais de 3 mil visitantes até às 16 horas desta quarta-feira.
Fotos: Weslley Cruz