Longa-metragem sobre Adrian Cowell é indicado ao Fica 2023

O longa-metragem ‘Adrian Cowell: 50 anos no Brasil’, dirigido por Vicente Rios, é obra inédita indicada ao Fica 2023, concorrendo ao prêmio de melhor filme. Em sua montagem, foram sintetizadas 20 horas de filmes do cineasta britânico com quem Vicente Rios construiu uma amizade por ter sido seu diretor de fotografia durante as décadas de 1980 e 2000, período em que a dupla documentou os conflitos da Amazônia por eles levados ao cenário internacional.

O documentário reúne temas como a devastação da floresta amazônica e danos aos povos indígenas. Adrian Cowell registrou de forma brilhante a luta do sindicalista Chico Mendes em prol dos seringueiros e da conservação da floresta e Vicente Rios, por sua vez, filmou assassinatos envolvendo conflitos por terras na Amazônia e a exploração de minério na Serra Pelada.

A dupla acompanhou as expedições dos irmãos Villas-Bôas, indigenistas que realizaram os primeiros contatos com povos indígenas e tinham de andar armados para não ter o mesmo fim trágico que outros protetores dos povos da floresta, como o indigenista brasileira Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, assassinados em 2022.

Adrian Cowell faleceu em 2011 e Vicente Rios em 2022, logo após a finalização do documentário. Cumprindo um desejo do diretor, o filme será lançado no Fica. É um dos cinco selecionados entre 540 filmes inscritos para o festival.

Participaram da pesquisa, montagem e produção do filme o professor Frederico Mael. Também participaram da produção a professora Letícia Gouveia e o músico Fabiano Menezes. A elaboração do projeto e captação de recursos contou com a valiosa colaboração do IGPA, também responsável pelo acervo. Indispensável também foi a presença e acompanhamento do maior admirador da obra de Vicente, seu filho, Nilson Rios.

Curta-metragem

Com a duração de 18 minutos, o documentário da professora Marlene Ossami de Moura, intitulado ‘Memórias indígenas: a coleção Jesco Putttkamer sob o olhar dos povos Waurá e Yudjá’ também foi indicado ao Fica 2023. Nesta obra, o professor Frederico Mael também participou na pesquisa, montagem e produção e sobre a participação dos documentários no Fica, ele registra que é a satisfação em participar é imensa: “Trata-se de um festival internacional e isso assevera a seriedade dos projetos produzidos no IGPA, com ética, valorizando a história do nosso país e, agora, sobra a ansiedade, porque estamos concorrendo a vários prêmios que esperamos conquistar, tendo em vista que estamos concorrendo à mostra principal, com o melhor filme do Fica 2023, que é o longa-metragem e na mostra do cinema goiano, podemos ganhar o melhor curta-metragem”, explica.