Livro aponta ambiente educacional como espaço para idosos

Para além dos rótulos que o associam a bailes e a jogos de tabuleiro, o idoso pode ocupar novos espaços, como o da educação. É justamente esse o mote de livro Universidade da Terceira Idade – lugar de idoso também é na escola lançado na noite desta segunda-feira, 5, pela Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) da PUC Goiás, em evento que reuniu administração superior da instituição, pesquisadores, extensionistas, alunos da iniciativa comunitária e familiares no Hall da Biblioteca Central, na Área 1.

O lançamento também foi marcado pela adesão da PUC Goiás à Rede de Universidades Seniores (Rutis).

A obra foi publicada pela Editora PUC e é a primeira da coleção Gerontologia e Educação. O livro é fruto das atividades realizadas pelos professores Luiz Humberto Carrião, na disciplina Ética, Moral e Cidadania e pela profa. Lisa Valéria Tôrres, coordenadora da Unati, que já tem 25 anos de atuação em Goiás. “A publicação traz algumas construções sobre o que a gente pensa sobre o processo de envelhecimento e velhice. Tivemos a honra de termos como colaboradores os próprios alunos e voluntários”, explica Lisa.

O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, prestigiou o lançamento do livro, em que ele assina o prefácio. “Tive a alegria de lê-lo em primeira mão”, brincou. “O prefácio não versa exatamente sobre a obra, mas que também é um modo filosófico e de alguma maneira espiritual de como também vejo e encaro esse momento da vida, esses destinatários e essa causa tão importante”, explicou.

Na universidade, sim!

Co-autor da obra, o prof. Humberto Cairrião ressalta que é necessário ir além dos estereótipos que marcam a terceira idade. “O velho é sempre rotulado como a pessoa que tem que jogar gamão, dama, ir para o bingo e para o baile. A gente acha que não. Temos alunos na Unati que têm mestrado na Europa. Tenho estagiárias voluntárias que estão ali se entregando”, relata.

Para elaboração do Universidade da Terceira Idade – lugar de idoso também é na escola, Carrião aponta a colaboração fundamental de duas estagiárias-voluntárias: as assistentes sociais Maria Terezinha Donizete e Lisianne Lima de Santana.

Aposentada, Maria Terezinha não queria ficar em casa. “Queria ir para a escola. E na Unati encontrei o que eu queria, por meio da ideia do prof. Luiz Carrião de fazer o livro”, explica ela, que trabalhou durante 41 anos em uma estatal. “Estou me sentindo realizada, muito bem acolhida pela PUC”.

Baiana radicada em Goiânia há dois anos e assistente social do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Lisianne pondera que a elaboração do livro “foi um trabalho coletivo entre professores, voluntários e alunos. A construção do livro foi a partir das atividades com os idosos que falaram as suas expectativas e também encontro extra-aula”.

Produção do saber

A pró-reitora de Extensão e Apoio Estudantil, profa. Márcia de Alencar, afirmou que o livro mostra que o ambiente extensionista é, também, de produção do conhecimento. Um saber que ela conceitua como “diferente”, pois “as vezes a metodologia científica não consegue enquadrar e as escolas filosóficas não conseguem explicar, porque ele vem do nosso contato com a comunidade externa, com a sociedade”, explicou.

Ela ponderou ainda que a sistematização dessas experiências comunitária é um desafio para os docentes do ensino superior. “Na PUC Goiás, a extensão é reconhecida como um espaço de produção do conhecimento”, frisou, parabenizando os autores do livro.

Fotos: Jota Junior