Liga Acadêmica de Fonoaudiologia Forense organiza simpósio inédito

Talvez você não saiba, mas a Fonoaudiologia também está inserida na área Criminalística e pode auxiliar na identificação de criminosos por meio de retrato falado, imagens, vídeos, voz, entre outros indícios. Foi pensando na necessidade de divulgar essa área ainda pouco conhecida que os alunos fundaram a Liga Acadêmica de Fonoaudiologia Forense na PUC Goiás.

“É uma área que quase ninguém associa à Fonoaudiologia. Acho que o trabalho feito em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) está fazendo toda a diferença”, comenta a coordenadora do curso de Fonoaudiologia, Maria Carolina Cabral, ao se referir à importância da discussão desse tema no meio acadêmico. A expectativa é que em um futuro próximo a academia seja inserida dentro da SSP via estágio supervisionado.

Com orientação das professoras Lucy Jane Dantas, Lílian de Moura Borges e a policial civil, Joyce Fernandes Azevedo, parceira do projeto, os 23 alunos participantes da Liga organizaram o I Simpósio Multiprofissional Goiano de Práticas Forenses, realizado nesta sexta-feira, 22 no auditório da Área 2 da PUC.

“Vários peritos estão pedindo fonoaudiólogos dentro da polícia e, infelizmente, é muito pouco, pois nós queremos mostrar a importância da Fonoaudiologia Forense. Como a perícia criminal é uma ciência multidisciplinar, queremos mostrar que a gente pode estar nessa ciência e podemos fazer”, explica a presidente da Liga Acadêmica, Giovanna Silva Ramos, 23, sobre a escolha dessa temática para realização do Simpósio.

Como todas as profissões podem auxiliar a justiça, o evento traz a oportunidade de apresentar aos alunos de vários cursos o link entre o que é aprendido na universidade e a atuação forense, como explica a docente do curso, Lucy Jane Dantas.

A professora, que também é orientadora da Liga Acadêmica e presta serviços para a polícia civil como especialista em identificação humana pela face, é uma das palestrantes do Simpósio.

“O retrato falado, projeções de envelhecimento e rejuvenescimento, a comparação facial por imagens e reconstrução facial de cadáveres são diferentes da voz. A voz é como uma digital, já a face não, porque tem muitas intervenções que você pode fazer nela com a intenção de camuflar traumas, acidentes e procedimentos até mesmo o processo de envelhecimento, diz.

Dessa forma, ela reconhece a importância dos alunos discutirem o tema: “primeiro por eles conhecerem esse campo e segundo por saberem que o juiz pode chamá-los mesmo eles trabalhando clinicamente. Existe essa demanda e a gente precisa ter tranquilidade para lidar com isso. Nas especializações  também existe essa possibilidade” finaliza.

O simpósio tem programação até às 17 horas desta sexta, 22, com palestras, minicursos, apresentação de banners e sorteio de brindes.

(Izabella Moura, estagiária da Dicom e acadêmica do curso de Jornalismo)

Fotos: Wagmar Alves