ITS organiza exposição biográfica de Jesco Puttkamer

O Instituto do Trópico Subúmido (ITS) organiza a exposição “Vida e Obra de Jesco Puttkamer”, com o objetivo de celebrar as contribuições do cinegrafista e fotógrafo carioca para a preservação da cultura dos povos originários brasileiros. A mostra acontecerá durante o mês de julho, ainda sem data definida, no Museu de História Natural do Memorial do Cerrado.

Reconhecido nacional e internacionalmente como um dos precursores da Antropologia Visual no Brasil. Wolfgang Jesco Von Puttkamer é responsável por um dos maiores registros audiovisuais da população indígena, documentando 62 sociedades durante seus 40 anos de carreira.

Com um profundo conhecimento das comunidades presentes no Brasil Central, sua obra é chancelada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através da Unesco, pela sua relevância histórica, antropológica e patrimonial.

Jesco faleceu em 1994, deixando todo o seu trabalho para a PUC, compondo assim, o Acervo Audiovisual e Documental do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA). O Centro Cultural Jesco Puttkamer (CCJP), foi criado em 2002 como projeto de extensão universitária do IGPA.

Repassadas ao Museu de História Natural, gerido pelo ITS, ao final da última década, a coleção reitera o compromisso da PUC com a divulgação do patrimônio histórico brasileiro, e o diálogo com diferentes povos. Após 30 anos, a exposição é um reconhecimento do importante legado deixado pelo profissional.

Acervo

Sua coleção audiovisual compreende aproximadamente 150.000 imagens fotográficas (83.600 slides; 58.000 negativos e 8.400 ampliações em papel), 138 rolos de película de 16 milímetros, sendo 17 rolos negativos originais de imagem e 114 rolos positivos originais de câmera; além de 7 rolos de filme editados pela BBC de Londres. Totalizando, encontra-se cerca de 96.604,5 pés de material inédito no acervo.

Puttkamer ainda legou duas centenas de diários de campo escritos em inglês, português e alemão, portando fontes fundamentais que registram o avanço das frentes pioneiras e o impacto sobre os indígenas. Seus registros ainda contam com 400 fitas sonoras de rolo original, 62 fitas DAT (cópias das matrizes) e 62 fitas K7 (cópias de trabalho).

Todos os materiais são resultado de quatro décadas de trabalho e convívio com etnias do Parque Indígena do Xingu e demais regiões da Amazônia e de sua participação nas frentes de atração organizada pela FUNAI.

Atualmente, todo o material imagético da coleção foi digitalizado em projetos financiados pelo BNDES.

(Texto: Juliano Cavalcanti)