Inovavet traz propostas de inovação para o mercado veterinário
Uma clínica que possa acolher e proporcionar qualidade de vida aos pets que enfrentam doenças terminais. Essa necessidade foi detectada pela acadêmica do 6º período do curso de Medicina Veterinária, Vitória Caroline Martins Gonçalves, após sua vivência no estágio.
Como as clínicas veterinárias oferecem o método tradicional curativo, quando um animal recebe um diagnóstico de doença limitante, o tutor tem apenas duas opções: a eutanásia ou manter o animal vivo em condições desfavoráveis, até o fim da vida.
“Isso acaba sendo uma decisão muito difícil por envolver diversas questões, como o laço afetivo entre animal e tutor, a disponibilidade de tempo, a necessidade de estrutura adequada e mudanças desafiadoras, as quais nem sempre os tutores estão preparados para se adaptarem a elas”, analisa a estudante.
A inspiração inicial foi amadurecida e partilhada com as colegas do curso, tornando-se um projeto empreendedor, apresentado no 2º Inovavet, que movimentou a agenda acadêmica no Câmpus II, com a apresentação de 12 trabalhos, na manhã desta quinta-feira, 15 de dezembro.
Chamada Palliare VET, a proposta da equipe da estudante Vitória é a criação de uma clínica veterinária de cuidados paliativos, que possa aliviar e minimizar o sofrimento dos animais acometidos por uma doença que não responde efetivamente aos tratamentos curativos.
Os principais serviços seriam a oferta de cuidados paliativos especializados, com protocolo individual para cada caso, reabilitação de pacientes, aromaterapia, acupuntura, hidroterapia, acompanhamento de assistência multidisciplinar, rede de apoio aos tutores, realização de exames e serviço de transporte.
Todos os trabalhos apresentados no Inovavet são desenvolvidos ao longo de um semestre, no 6º período do curso, com o incentivo do professor Wagno Pereira da Costa, que leciona a disciplina Economia, Planejamento Agropecuário e Marketing.
Como o incentivo ao empreendedorismo faz parte do projeto pedagógico do curso, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver uma ideia de negócio, com um olhar profissional e inovador de gestão.
De acordo com o prof. Wagno, a proposta é trazer um diferencial para o mercado veterinário goiano, que foi aquecido por um boom de pet shops durante a pandemia, todavia falta um olhar inovador para esse nicho.
“A ideia é fazer com que um profissional de uma área não afim de marketing, que é o médico veterinário, possa ter a oportunidade de empreender e fazer com que as coisas de fato se viabilizem”, ressaltou.
Serviços integrados no mesmo espaço
Ter uma leitura de mercado e encontrar soluções impulsionam as ideias empreendedoras e criam oportunidades. Com esse olhar, a equipe da estudante Sarah Vieira percebeu que muitos serviços veterinários em Goiânia, como exames de raio-x e ultrassonografia, por exemplo, são realizados por empresas terceirizadas.
Foi assim que surgiu a proposta da Unipatas, empresa idealizada pelo grupo, que engloba em um só lugar, clínica hotel e pet shop integrado. No local, serão oferecidos serviços de adestramento, hospedagem para cães e gatos castrados, exame de raio-x, clínica especializada e geral, internação 24 horas, entre outros.
Com instalação pensada para o Setor Marista, os estudantes pretendem proporcionar bem-estar aos animais e otimizar a vida dos tutores, que podem realizar tudo em um só espaço.
A ideia, amadurecida com bastante esforço e pesquisa, trouxe um novo olhar para os estudantes, que vão sair da universidade mais preparados não apenas para atender às demandas do mundo do trabalho, como também criar oportunidades e preencher lacunas.
“Vamos sair daqui com o pensamento de já querer trabalhar e, talvez, o mercado seja muito saturado na nossa área de interesse. Por isso, é importante a gente abrir os olhos para outras opções e no empreendedorismo podemos trabalhar com pets e pessoas”, analisou Sarah.
Os 12 trabalhos integrantes do Inovavet foram avaliados por uma banca examinadora, composta por três profissionais da área de Medicina Veterinária, Marketing e Engenharia da Produção. Além de eleger os melhores trabalhos, os jurados deram um feedback aos estudantes, analisando diversos critérios, entre eles, a inovação e a viabilidade do negócio.
Ao final do evento, o professor Wagno também fez um balanço do trabalho realizado em 2022/2: “os trabalhos vão desde a prestação de serviços à elaboração de produtos. Tivemos novidades e inovação em alguns projetos e embora alguns trabalhos sejam tradicionais, eles conseguiram trazer inovação, oportunidade de processo, produto ou de marketing e a disciplina foi concluída com êxito”, avaliou.
Confira mais sobre o tema no especial publicitário da PUC no G1 Goiás: Juventude empreendedora: futuros médicos veterinários criam projetos inéditos para o mercado goiano
Fotos: Wagmar Alves