Experiência como mãe é ponto de partida para pesquisa
A assistente social Elvira Alves de Oliveira levou para o Mestrado em Serviço Social a experiência como mãe solo. Solteira, aos 30 anos, ela foi mãe do único filho. Na época, ainda era aluna da graduação na PUC Goiás. Hoje, 29 anos depois, conclui a pós-graduação stricto sensu e se torna mestre.
Que horas ela volta? Da maternidade ao abandono conta a história de mais de 1,1 milhão de famílias brasileiras, que segundo o IBGE, são formadas apenas por mães e filhos sem a figura paterna. Elvira analisa esta realidade a partir das questões de classe, as dificuldades diferentes que as mulheres enfrentam ao assumir este papel, que a sociedade entende como inerentes ao gênero. A pesquisa foi orientada pela professora Maria José Pereira Rocha.
“É interessante que a gente trabalhe temas neste sentido, alcançar mais espaço e conseguindo atingir mais espaço na sociedade”, explicou ela, ressaltando o preconceito e a falta de acolhimento para este modelo de família e as dificuldades que as mulheres enfrentam ao se responsabilizarem sozinhas a educação e os cuidados com os filhos. “A maternidade é romantizada, nunca é abordada de outra forma, como escolha. O sistema capitalista reforça essa vocação, que mantém as mulheres reproduzindo o modelo”, explicou Elvira.
Neste semestre, serão apresentadas cerca de nove pesquisas do Mestrado em Serviço Social. O curso possui atualmente outros 21 alunos. Criado em 2007, o programa desenvolve a formação de profissionais qualificados, vinculados ao magistério superior e às diferentes áreas de atuação, numa dimensão interdisciplinar.