Estudantes relatam experiência em painel internacional
Uma iniciativa além-fronteiras com o objetivo de trazer uma investigação científica sobre o tráfico de pessoas no Brasil e nos Estados Unidos mobilizou professores e estudantes da PUC Goiás e da Brookdale Community College (BCC), na última semana.
Por meio da plataforma Zoom, o grupo de docentes e estudantes dos cursos de História e Relações Internacionais da PUC participaram de um painel internacional no último dia 18 de novembro, que é fruto de um programa de enriquecimento acadêmico da universidade norte-americana denominado Global Citizenship Distinction.
A iniciativa também está inserida no contexto de parceria entre PUC Goiás e BCC para implementar o primeiro Projeto COIL (Collaborative Online International Learning) em ambas as universidades.
O COIL é uma iniciativa que se tornou popular durante a pandemia, conectando alunos e professores de diferentes países para projetos e discussões colaborativas como parte do conteúdo acadêmico de seus programas de graduação e disciplinas, por meio de experiências de mobilidade virtual.
“Esse projeto foi pensado de uma forma em que fazemos uma análise comparativa entre o Brasil e os EUA para podermos espalhar conscientização e mostrar que o tráfico humano pode acontecer com qualquer um em qualquer lugar, porque está por toda nossa volta. Então, o trabalho tinha a intenção de fazer as pessoas terem noção disso, para poderem denunciar, caso identifiquem um caso e também para compartilharem os conhecimentos adquiridos lá com os outros”, explica o acadêmico do curso de Relações Internacionais da PUC, Giuliano Kaéden.
Para articulação do painel, os estudantes participaram de várias reuniões em inglês envolvendo os professores, estudantes e funcionários da Brookdale. Apesar da distância física, a tecnologia aproximou o grupo, permitindo troca de experiências e conhecimento. Durante a conversa, os professores e o público fizeram perguntas aos estudantes sobre o tema investigado.
De acordo com o estudante Eduardo Gabriel Moncada, do curso de RI, o tráfico de pessoas cresceu nos últimos 20 anos e atingiu seu pico em 2020 devido ao contexto da pandemia.
“As pessoas ficaram mais vulneráveis economicamente e assim se tornaram alvos desses traficantes que focam, principalmente, neste perfil. As mulheres são alvos principais para exploração sexual, enquanto os homens para o trabalho forçado”, reflete.
Com base em dados recentes da ONU, o estudante também sugere que os homens, no Brasil, são mais vítimas do tráfico de pessoas do que as mulheres, todavia o cenário não é o mesmo para a maioria dos países incluindo os EUA, onde as mulheres são as principais vítimas.
“Foi algo muito enriquecedor, tanto em relação ao trabalho em grupo com estrangeiros quanto aprender sobre o tráfico de pessoas e ter a possibilidade de espalhar este conhecimento”, avalia Eduardo.
O estudante Giuliano também informa que o projeto não acabou e que a intenção é dar continuidade à iniciativa. “Queremos poder fazer alguma coisa em nossas universidades para materializar o que falamos, propor um projeto para ampliar nossa voz e podermos alcançar pessoas que não têm muito acesso à informação”, complementa.
Equipe
Os alunos brasileiros que fizeram parte desse projeto são: Gabriella Oliveira (RI), Eduardo Gabriel Moncada (RI), Kaio Bruno (História) e Giuliano Kaéden (RI).
Os alunos dos EUA são: Belinda Asamoah (major em Enfermagem e minor em Escrita Criativa) e Taïphane Orange (major em Ciência Política). O painel também envolveu os professores da PUC, Danillo Alarcon (RI), Ivan Vieira (História) e Paulo Gonzaga (assessor de RI) e da BCC, Rajkumari Wesley e Janice Thomás.