Estudantes de Medicina discutem educação sexual com adolescentes de centro comunitário
Uma devolutiva para a comunidade abordando o tema saúde e educação sexual. Assim os acadêmicos do Módulo 10, do Internato em Medicina, fizeram um trabalho de orientação destinado aos adolescentes e jovens atendidos no Centro de Trabalho Comunitário (CTC) do Setor Progresso, em Goiânia, na tarde desta terça-feira, 28 de novembro.
De acordo com a supervisora do Módulo, profa. Lorena Lobo, a atividade faz parte de uma dispersão do problema integrador de competência, metodologia que compõe o projeto pedagógico do curso de Medicina.
Tudo começou quando os estudantes resolveram trazer para a academia a experiência do atendimento de uma gestante de 13 anos da comunidade. “Este caso foi escolhido pela turma, devido à complexidade, e discutimos sobre a saúde da adolescente, a questão biológica, psicológica, a educação sexual, educação familiar e saúde escola. Como dispersão, a professora Maria Geralda, que faz um trabalho com adolescentes no CTC, nos trouxe para tratar o tema de educação sexual nesta casa”, explicou.
De forma lúdica e com dinâmicas coerentes com a faixa etária dos jovens, os acadêmicos de Medicina levaram informações científicas e objetivas para tirar as dúvidas dos adolescentes.
“É uma atividade muito importante, porque os alunos trabalham a empatia, conhecem os problemas sociais e várias nuances diferentes. Eles têm contato com a comunidade desde o primeiro módulo, mas agora no internato eles já têm a vivência prática. É uma experiência mais sólida, porque daqui um ano já serão médicos”, complementou a profa. Lorena.
A atividade mobilizou 12 acadêmicos, entre eles, o estudante Gabriel Jordão. Na ocasião, ele destacou a relevância da experiência extensionista para sua qualificação profissional, já que é na comunidade que os estudantes têm a oportunidade de pensar, elaborar e discutir argumentos científicos estudados em sala de aula.
“Neste semestre a gente propôs a discutir uma temática muito controversa no Brasil, que é a educação sexual, tanto no contexto familiar, da escola e no contexto médico. Viemos ensinar alguns temas, como métodos contraceptivos, por exemplo, além de tentar dialogar com eles sobre dúvidas que são naturais da idade sem ferir os princípios que cada um possa ter e também do centro comunitário”, explicou.
Uma experiência consolidada de 30 anos
Os docentes e estudantes foram acolhidos pela cofundadora e presidente do CTC, Irmã Raimunda Martins Pinheiro. Criado em 1993, o Centro Comunitário é vinculado à Arquidiocese de Goiânia e atende 1.600 famílias cadastradas com atividades filantrópicas diversas.
No local, funciona a Educação de Jovens e Adultos (EJA), aulas de reforço escolar, educação física, teatro, informática, acompanhamento de gestantes e a oferta de cursos profissionalizantes para todas as idades, nas áreas de panificação, confeitaria, costura industrial, oficina de fraldas, entre outros.
O CTC também abriga uma horta orgânica que abastece o próprio local a fim de disseminar a cultura da sustentabilidade e da alimentação saudável. As hortaliças, inclusive, são comercializadas para a comunidade, a um preço acessível, para ajudar a cobrir as despesas do Centro, que conta com a ajuda e colaboração de diversos parceiros e voluntários. A infraestrutura conta com salas de aula, laboratórios, secretaria, cozinha, quadra e área verde (horta).
“A educação é muito importante, é o eixo de tudo, sou educadora desde os 18 anos e acredito muito nisso. Somos o único projeto aqui da região e temos lutado muito para fazer o melhor. Acreditamos que Deus tem sido muito providente conosco e gostaria de agradecer a todos os nossos parceiros que nos ajudam, porque a gente vive muito aqui de parceria”, declarou Irmã Raimunda.
Fotos: Weslley Cruz