Escola de Formação da Juventude integra famílias

Um momento para apresentar a Escola de Formação da Juventude (EFJ) aos pais dos alunos e conhecer a realidade da família. Evento já tradicional antes do início das aulas, a EFJ recebe neste semestre 137 estudantes da comunidade do Jardim Dom Fernando I e adjacências que irão cursar aulas de informática, do nível básico ao avançado, e teatro. As atividades são ministradas por monitores da PUC Goiás, oriundos dos cursos de Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, e voluntários, além de serem supervisionadas pela coordenação.

A Escola é um projeto de extensão da universidade e tem o intuito de estimular a formação política e cidadã de adolescentes e jovens de 14 a 29 anos, em situação de vulnerabilidade social. Marco do início do semestre, a reunião com os pais ocorreu na última sexta-feira, 3, na sede da Escola.

Para o coordenador da EFJ, José Fernando, este momento antes do início das aulas é muito importante, tanto do ponto de vista de acolhimento, como para integração com os pais. “Eles conhecem melhor os seus filhos e é uma oportunidade para trabalharmos juntos com esses adolescentes e jovens, quais as suas perspectivas, o que querem e que eles são capazes de ter um futuro brilhante”, afirmou.

Além dos cursos regulares, a Escola criou também o Projeto de Vida, que são rodas de conversas realizadas uma vez por semana, nas quais os alunos elegem temas de seu interesse para serem debatidos de forma criativa, seja por meio de oficinas ministradas por especialistas, ou exibição de filmes. Ainda de acordo com o coordenador os temas mais debatidos envolvem sexualidade, preconceito, discriminação, profissões, violência doméstica (contra mulher e contra a pessoa idosa) e drogas. “Geralmente eles propõem temas mais tabus, que não têm coragem de conversar com os pais. Nós trabalhamos toda essa formação cidadã para que eles sejam protagonistas da própria história”, complementou José Fernando.

A Escola abre inscrições para seus cursos gratuitos todos os semestres e o único requisito para participar é estar na faixa etária indicada (14 a 29 anos) e apresentar a documentação exigida: RG, CPF, comprovante de endereço e foto 3×4. Durante o período das inscrições, os candidatos preenchem, também, uma Ficha de Realidade Social, que é mais um elemento para que os professores da Escola possam conhecer melhor os seus alunos.

O documento inclui, desde dados pessoais básicos, investigação da condição socioeconômica, se o aluno possui algum tipo de deficiência, e dados do responsável familiar. “A Escola não vê aqui somente um aluno. Nós vemos muito além, porque sabemos que, detrás deste estudante, existe uma família e estamos aqui com o objetivo de estreitar e mostrar para essa família qual o seu direito”, argumentou a assistente social, Maria Ciurinha, docente do curso de Serviço Social da PUC Goiás.

Oportunidade de crescimento
Não só os pais participaram do momento de acolhida. Alguns estudantes levaram os avós, como a jovem Emanuelle Winder, 17 anos, para conhecer um pouco mais sobre a escola. “Ela vai fazer curso de Teatro, porque faz faculdade de Jornalismo. É uma oportunidade muito preciosa, vai ajudar a minha neta na profissão”, afirmou Terezinha Costa, moradora da Vila Concórdia. Já a dona de casa Tereza Maria Coelho, moradora do Jardim Dom Fernando I, vê na Escola uma opção mais segura para a filha estudar:“devido à onda de violência, me preocupo com ela voltando sozinha para casa. Sempre quis inscrevê-la aqui e assim que vi a divulgação já corremos e fizemos a inscrição. É uma benção para a vida dela”, testemunhou.

Fotos: Wagmar Alves