Escola de Circo é contemplada com edital para enfrentamento à violência
O ditado popular o show tem que continuar nunca fez tanto sentido para a Escola de Circo Dom Fernando. Em tempos de pandemia, o programa de extensão se reinventou para fortalecer o vínculo com a comunidade e, apesar dos diversos desafios, a Escola colhe conquistas, já que foi contemplada pelo Edital de Chamada Pública de Projetos n. 01/2019 – CMDCA/SEMAS/FMDCA, que disponibiliza recursos para viabilização do projeto intitulado A Escola de Circo Dom Fernando no enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes.
Com recursos oriundos da iniciativa, diversos materiais foram adquiridos pela Escola, entre eles, objetos circenses, materiais pedagógicos, equipamentos eletrônicos, uniformes, máscaras de proteção, figurinos, tecidos para composição de cenário e kits de alimentação.
A coordenadora da Escola, Janaína Gomes de Souza, informa que o projeto foi adaptado para atender as demandas dos educandos e suas famílias neste contexto de pandemia. A compra de máscaras e kits de alimentação foram necessidades detectadas após um levantamento realizado pela equipe multidisciplinar, ao entrar em contato com a comunidade. Até o mês de novembro deste ano, famílias em situação de insegurança alimentar, cadastradas na iniciativa, recebem esse benefício.
O programa, que conta atualmente com 90 estudantes da comunidade matriculados, com idade de 7 a 17 anos, ministra suas atividades em regime remoto. Devido à dificuldade de acesso às plataformas digitais, o meio utilizado para comunicação com a comunidade local é o aplicativo de mensagens WhatsApp.
Para os educandos que não têm acesso à internet, a Escola faz a doação de materiais pedagógicos, para que as crianças possam fazer as atividades em casa. Brinquedos e objetos circenses, devidamente empacotados e higienizados, são emprestadados aos alunos, acompanhados de cartazes de orientação e etiquetas com data de devolução do material.
Com cronograma de atividades nas terças e quintas-feiras, crianças e adolescentes participam de atividades de arte-educação por meio de chamadas de vídeo, assistem ensaios gravados e participam de conversas reflexivas, que abordam temas relacionados ao enfrentamento da violência. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como pedir ajuda em situações de perigo e os tipos de violência foram alguns dos assuntos trabalhados com as crianças.
“Mesmo no formato virtual, o vínculo com a comunidade foi fortalecido. Fazemos mais de 50 ligações por semana, além de visitar as famílias, seguindo os protocolos de biossegurança, para entregar os kits de alimentação e dar o suporte necessário, diante das demandas e dificuldades que enfrentam. Por meio do projeto, já alcançamos todas as ações previstas neste primeira semestre”, avalia Janaína.
Neste final de semestre, o Programa apresentará à comunidade um espetáculo gravado, que ficará disponível ao público pelo canal da PUC Goiás no YouTube, reunindo apresentações circenses de quatro educandos. A data será divulgada em breve.
Sobre a Escola de Circo
Inspirada nos princípios da metodologia do circo social, a Escola de Circo Dom Fernando (ECDF) foi criada em 1996 e busca contribuir na construção da cidadania de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, através da integração das dimensões lúdicas, cognitivas, afetivas, emocionais, sociais e culturais, por meio de oficinas circenses, jogos e brincadeiras populares, iniciação esportiva, capoeira e atividades reflexivas, bem como desenvolve ações em parceria com os equipamentos sociais da Região Leste da capital.
A perspectiva não é formar artistas circenses, e sim possibilitar transformações na realidade vivenciada por crianças, adolescentes e famílias por meio da construção de uma nova forma de ver o mundo e de estar nele. A metodologia do circo social, enquanto vertente da arte-educação é utilizada como instrumento facilitador da construção do protagonismo infanto-juvenil.
A ECDF favorece o processo de formação acadêmica de diferentes cursos, constituindo-se em campo de estágio curricular e voluntário, para os acadêmicos de cursos da própria Instituição e de outras.
(Histórico com informações do IDF)