Enfermeira vacinada na Irlanda é egressa da PUC Goiás
A primeira brasileira vacinada na Irlanda contra a Covid-19 é egressa da PUC Goiás e protagonista de um momento histórico. Marcelle Blaser, 37 anos, é enfermeira e trabalha na linha de frente, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do St. James Hospital, em Dublin. Ela está em um dos grupos prioritários que recebeu, na última semana, a primeira dose da Pfizer/Biontech Covid-19 e, de acordo com ela, neste momento, apenas profissionais que atuam nas áreas de Emergência e Unidade de Terapia Intensiva estão sendo vacinados.
Ela concluiu o curso de graduação em Enfermagem, na então UCG, no segundo semestre de 2006, e mora na Irlanda desde 2017. Para partilhar experiências sobre sua atuação como enfermeira no exterior, as diferenças em relação ao Brasil, realidade do mundo trabalho, validação de diploma, entre outros assuntos, ela criou um perfil no instagram (@enfermeiranairlanda) onde dá dicas e orientações para profissionais da saúde e interessados no tema.
“A PUC me treinou para ser uma enfermeira para cuidados integrais, coisa que eu vivencio 100% aqui na Irlanda. Minha formação me ajudou até no processo de validação. Eu e outro enfermeiro, que também formou na PUC, somos os únicos casos, ao menos que conheço, que conseguiram a validação direta, sem necessidade de estágio extra ou prova. Isso mostra a qualidade da grade curricular”, ressalta.
Além de uma trajetória acadêmica marcada pela dedicação aos estudos, ela sempre buscou ultrapassar os muros da sala de aula, por meio de formação complementar na pós-graduação e, claro, vivenciar o lado prático da profissão, no contato com os pacientes. Na graduação, foi voluntária na emergência do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), fez estágio extracurricular no Hospital São Salvador e , entre outras atividades profissionais, atuou por vários anos, na unidade de terapia intensiva do Centro de Reabilitação Dr. Henrique Santillo (CRER), onde também participava de um projeto de assistência domiciliar voltado aos pacientes e familiares, com visitas e acompanhamento in loco.
Alento de esperança
Vacinada no último dia de 2020, a enfermeira publicou uma selfie em suas redes sociais (após quatro plantões seguidos, diga-se de passagem) com um recado de otimismo. “Fotinha para marcar meu momento histórico: vacinada. Para mim, essa vacina significa que melhores dias virão”, escreveu.
Como trabalha em ambiente de risco, com casos aumentando cada vez mais, agora se sente mais segura para fazer o seu trabalho. Ela deve tomar a segunda dose no final deste mês e aguardava, há meses, pela chegada da vacina, acompanhando notícias sobre os processos de validação e vacinação mundo afora.
Marcelle informou que, devido à alta demanda, nem todos os colegas de trabalho conseguiram ser vacinados. “A pandemia veio como uma guerra e nós somos soldados na linha de frente. Existe uma abstenção muito grande por funcionários que se adoecem também, causando uma sobrecarga de trabalho ainda maior, fora o peso e a responsabilidade de não servir de vetor de contaminação dentro do próprio hospital, comunidade e no lar”, alertou.