Museu de História Natural é reinaugurado no Dia do Folclore

O Dia do Folclore é celebrado nesta segunda-feira, 22 de agosto, em todo o Brasil e, de um modo especial, na PUC Goiás, que abriga o Memorial do Cerrado, situado no Câmpus II(Jardim Mariliza). Além de receber a visitação das escolas da rede pública e privada durante todo o dia, o complexo científico e cultural também está de cara nova: o Museu de História Natural foi totalmente reestruturado e está de portas abertas para receber o público.

Após de uma pausa de dois anos por conta da pandemia da Covid-19, o evento que resgata as tradições folclóricas na universidade retomou com força total, oferecendo aos visitantes uma programação gratuita, que reuniu grupos de folia de reis, fiandeiras, catira, capoeira, distribuição de beiju, rapadura, oficina de malabares e brincadeiras infantis.

Todos os grupos foram acolhidos pelo diretor do Instituto do Trópico Subúmido (ITS/Memorial do Cerrado), José Rubens Pereira, que também acompanhou a visitação das escolas. Ele informou que apenas pela manhã, mil crianças visitaram o local e a expectativa é de acolher 3 mil pessoas até o final da tarde.

“Os visitantes que passam por aqui têm a oportunidade de conhecer a história dos povos que habitaram o Cerrado, no final dos séculos XVIII e XIX: os indígenas e os quilombolas. Tudo isso está ligado à cultura folclórica que existe no nosso povo: a folia de reis é uma tradição antiga, que traz junto consigo não só a festa, mas as figuras que cantam e dançam. A catira, dança tradicionalíssima, faz um resgate das cantorias deste povo que habitou este estado. Cada grupo que está aqui revigora a nossa cultura”, comentou o diretor.

Culinária genuinamente brasileira: oficina de beiju  conquistou o paladar dos visitantes 

Didática e tecnologia no Museu

Um dos espaços que compõem o Memorial do Cerrado é o Museu de História Natural, que foi totalmente reformulado e reestruturado para receber o público nesta fase de retomada presencial das atividades.

De acordo com a coordenadora acadêmica e pedagógica do ITS, profa. Nicali Bleyer, o Museu mantém a mesma narrativa da versão anterior, mas apresenta ao público diversas novidades, como as peças do Museu Jesco Von Puttkammer, por exemplo, transferidas para o novo espaço e que agora fazem parte do cenário. O espaço museológico conta a história natural da Terra e o lugar do Cerrado neste processo até chegar a esse bioma e sua biodiversidade nos dias atuais.

“A exposição ficou muito bonita , segue a narrativa original, mas remontamos as peças e as formas como estão expostas. Agora elas vêm com QR Code e assim o visitante consegue acessar uma informação adicional pelo celular”, explicou Nicali.

A próxima etapa, segundo a docente, será a implantação do circuito sonoro no museu para dinamizar a experiência do visitante que vai sozinho ao local, sem o auxílio dos monitores. “Mas tudo está muito didático e dá para entender bem o circuito nesta ideia” complementou.

Presente às novas gerações

Quem visita o Memorial do Cerrado tem a oportunidade de fazer uma imersão arqueológica, antropológica e cultural no complexo científico para compreender a ocupação do bioma Cerrado. Depois de conhecer esse espaço apenas por vídeos e fotografias, a aluna da rede estadual, Brenda Luisa, de 13 anos, esteve no local pela primeira vez e sentiu as sensações que só uma visita presencial permite contemplar.

Encantada com a fazendinha, que resgata as raízes rurais do estado de Goiás e com a reprodução da aldeia indígena Timbira, a estudante do 8º ano da Escola Estadual Marieta Telles Machado, pôde apreciar, in loco, tudo o que ela via apenas pelas páginas dos livros.

“Conhecemos o Memorial pela internet, fizemos um trabalho sobre isso. E estar aqui é uma experiência incrível, uma volta no tempo. Gostei do engenho, da cana de açúcar e da aldeia. Bem antes da tecnologia, as pessoas tinham um jeito muito criativo de fazer as coisas, como a máquina de tirar o caroço do algodão, por exemplo”, disse a adolescente.

Estudante Brenda Luisa, da Escola Estadual Marieta Telles Machado, visitou o Memorial acompanhada da sua professora, Bárbara Luz

Evento prestigiado

A retomada do Dia do Folclore no Memorial foi prestigiada pelo arcebispo metropolitano e grão-chanceler da PUC Goiás, dom João Justino, que visitou o complexo pela primeira vez, e pelo bispo auxiliar, dom Levi Bonatto. Acolhidos pela Reitoria, eles percorreram a Vila Cenográfica, a fazendinha, o Museu de História Natural, entre outros cenários, no final da manhã.

Encantado com tudo o que viu, dom João Justino enalteceu o papel da PUC Goiás em cuidar da educação e da cultura. Muito mais do que ser um lugar onde frequentam docentes e acadêmicos, a universidade tem uma interação expressiva com a comunidade ao proporcionar a experiência de resgate das tradições no Memorial do Cerrado.

“Ver este espaço cheio de crianças e escolas aqui circulando é, para mim, uma evidência de que a universidade está cumprindo a sua missão.  Não podemos pensar o meio ambiente fora da compreensão da cultura e, no Museu do Cerrado, tudo isso está envolvido. É um espaço privilegiado para as novas gerações, mas também para nós adultos compreendermos como estas coisas estão conjugadas neste âmbito da vida e numa educação que tenha como foco a centralidade da pessoa e sua relação com a criação”, refletiu.

Da esquerda para direita: profa. Nicali Bleyer, dom Levi Bonatto, José Rubens Pereira, dom João Justino e pró-reitora Márcia de Alencar Santana

Em passagem pelo Memorial para prestigiar o evento, a reitora da instituição, Olga Ronchi, enfatizou o papel da universidade em promover o patrimônio histórico e natural do estado de Goiás e da região Centro-Oeste, além de incentivar a preservação ambiental.

Citando o papa Francisco, que faz recorrentes chamados à humanidade sobre a temática do meio ambiente, a gestora destacou que o Memorial, “ é um espaço de educação ambiental cultural e de preservação do patrimônio cultural. Traz lições profundas, de história de culturas do Cerrado e, portanto, um lugar único do estado de Goiás, que está à disposição da sociedade goianiense e de visitantes de outros países que vêm aqui ao ITS”, pontuou.

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Horário de funcionamento

O Memorial do Cerrado está aberto para visitação do público em geral, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas (sem intervalo). O ingresso custa R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia (destinada aos estudantes e idosos). Crianças de até 6 anos de idade têm entrada gratuita.

Fotos: Wagmar Alves

Fotos: Wagmar Alves