Literatura infantil é usada para trabalhar relações étnicas nas escolas
Preparar as professoras da rede pública para lidar com as relações étnicos-raciais dentro de sala de aula com o uso da literatura infantil e outros recursos lúdicos. Este foi o principal objetivo do curso de extensão oferecido pela PUC Goiás em parceria com a Universidade de Goiás e a Secretaria Municipal de Educação. Encerrado nesta terça-feira, 10, com formação sobre a musicalidade afro-brasileira, o curso preparou 22 profissionais para o desafio de trabalhar a temática na educação pública.
Desde abril elas abordaram o tema, em encontros mensais, com diferentes professores a partir de livros, oficinas de dança e de musicalidade. A formação permitiu a criação de um espaço de estudo e reflexão teórica e de experiências e vivências sobre literatura infantil no trabalho didático-pedagógico com a educação para relações étnico-raciais.
Outra ação importante foi o acesso à literatura infantil que trabalha com a questão negra e a questão indígena, mas que muitas vezes não chega à escola ou aos estudantes. Segundo a coordenadora do Projeto de Estudos e Extensão Afro-Brasileiro (Proafro), Fátima Regina Almeida de Freitas, há um aumento desta produção literária e, a partir do curso, as professoras puderam conhecer o acervo já existente na Secretaria Municipal de Educação, fazer a leitura e trabalhar com os alunos. “Eles possibilitam ampliar o olhar sobre o continente africano e os povos indígenas”, explica ela, que coordenou o projeto e foi uma das professoras.
Para Fabiane Oliveira Dias, professora do CMEI Santa Luzia, é um desafio trabalhar sobre a questão, principalmente com as crianças negras. “Tem que ser de uma forma muito singela e afetuosa, para as crianças tenha sensibilidade com elas mesmas e com os outros. E no caso das crianças negras, se tornarem adultos mais autônomos e confiantes”. O curso de extensão terá nova turma a partir do próximo ano.
Fotos: Weslley Cruz