Convênio retoma trabalho com autores de violência doméstica

O reitor da PUC Goiás, professor Wolmir Amado, assinou novo convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Social, nesta terça-feira, 4,  para a criação de campo obrigatório de estágio e atividades de extensão no Programa de Enfrentamento da Violência Doméstica. Alunos e professores da PUC Goiás farão parte dos Grupos Reflexivos para Autores de Violência Doméstica. O convênio foi assinado pelo secretário de Desenvolvimento Social, Marcos Cabral, e pela Procuradora do Estado, Lilian Macedo Felipe. No total, seis estagiários, além de professores, participarão do trabalho.

Desde 2015, grupos de no máximo 20 pessoas reúnem-se em várias cidades de Goiás para falar sobre violência doméstica. O objetivo os estagiários acompanham os atendimentos e em um processo de intervisão no Centro de Referência Estadual da Igualdade (CREI). “Eles vão lidar  com questões que talvez não tenham alcançado na graduação, que é a violência doméstica”, explica a professora de Psicologia, Vera Morseli.

“Encaramos a questão da violência doméstica contra a mulher como uma questão de saúde pública, de acordo com a própria Organização Mundial de Saúde, e esta é uma das ferramentas que mais utilizamos no sentido de mudar a mentalidade do agressor”, explicou o juiz Carlos Damasceno, do 2º Juizado da Violência Doméstica de Goiânia, que também participou do evento.

Os novos grupos serão retomados a partir de agosto. São 10 a 12 beneficiários, encaminhados pelo Sistema Judiciário como medida cautelar, que participarão de reuniões de 15 em 15 dias. São de 10 a 12 encontros. Durante as reuniões, eles têm oportunidade de praticar autoconhecimento e fazer reflexões sobre questões de gênero e da violência.

Esses são os chamados grupos reflexivos que, amparados pela discussão em torno da Lei Maria da Penha, mudam o cenário no Estado de Goiás, espelhados em ações que ocorrem em todo o país. Nos grupos já realizados, a reincidência é mínima. “O objetivo é que eles não cometam mais atos de violência seja com a companheira que denunciou ou em um novo relacionamento”.

Fotos: Ana Paula Abrão