Cerimônia de mérito acadêmico é realizada no teatro do CCPUC
Ao início da segunda edição da cerimônia de Mérito Acadêmico, o teatro do Centro de Convenções da PUC Goiás estava completamente ocupado pelos pais, familiares e amigos dos 267 estudantes reconhecidos por seu excelente desempenho acadêmico ao longo da graduação. Nas poltronas do teatro, às 20 horas do dia 21 de novembro, mais de 2,5 mil pessoas aplaudiram efusivamente ao abrirem-se as cortinas. Ali revelados, estavam no palco os melhores alunos desta universidade hoje.
“Eu realmente só tenho a agradecer. Não foi um caminho fácil, e sei que não é para ninguém, mas estar aqui depois de enfrentar tantas batalhas faz com que me sinta muito honrada”, explicou a graduanda em Pedagogia Luciane Moreira, 28, minutos antes de assumir seu lugar no palco.
Ao ingressar na universidade pelo Vestibular Social, em 2015, pouco tempo depois de dar a luz a sua filha, hoje com nove anos, Luciane mostra ter decidido fazer valer cada oportunidade. Após um ano, conseguiu conquistar uma bolsa integral pelo Prouni e, neste 21 de novembro, conquistou a maior honraria concedida a um acadêmico da universidade: o diploma summa cum laude (com a maior das honras, em latim), que seguirá marcado em seu histórico escolar e no de outros 54 colegas, nesta edição.
Metodologia
A cada semestre, os homenageados são selecionados entre os possíveis formandos de cada curso de graduação que compõe as escolas da universidade. Para a seleção, é calculado o coeficiente de rendimento escolar (CRE), que abrange as notas de todas as disciplinas cursadas até o semestre imediatamente anterior.
Para a obtenção do título magna cum laude (com grandes honras), é preciso ter CRE entre 8,5 e 8,9. Foram 212 acadêmicos com tal reconhecimento nesta segunda edição. Para a summa cum laude (com a maior das honras), entregue a 55 acadêmicos em 2018/2, é necessário alcançar coeficiente igual ou superior a 9.
“Nós temos essas expressões em latim, que foram deixadas assim por fazerem parte da tradição das universidades ocidentais há mais de 800 anos. Onde quer que eles [os alunos, futuros egressos] forem, irão entender sua honra”, frisou o reitor Wolmir Amado ao público.
Fazendo história
Todos que entraram no teatro, passaram pela exposição Recortes da História, composta por 59 fotos históricas sobre a universidade, que completou 59 anos em 2018. Nos painéis, registros, também, de estudantes que marcaram história na instituição, que foi a primeira universidade fundada no Centro-Oeste brasileiro.
Elaborada pelo fotógrafo Weslley Cruz e equipe da Divisão de Comunicação Social (Dicom) da universidade, com o apoio do Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPEHBC), a exposição caminha por todas as décadas já percorridas pela universidade e mostra caminhos a quem deseja fazer história daqui em diante.
Agora, para além de gravar os nomes dos estudantes na história da universidade, as cerimônias de mérito pretendem estabelecer uma cultura de reconhecimento na universidade. “Entendo que não seja a nota pela nota, mas sim o que ela representa. E ela representa disciplina, valorização do conhecimento científico. Estamos falando de um estudante que consegue pensar sua inserção no mundo social, no mundo do trabalho. São valores muito importantes”, frisa a pró-reitora de Graduação, professora Sonia Margarida Gomes.
A ideia é reconhecer para inspirar. “É claro que a nota é quantitativa, mas, por trás dessa dimensão, o que nós queremos é, na verdade, valorizar o exercício intelectual e fazer com que isso serva de referência a quem está entrando na graduação”, reforça.
Ao que parece, apesar do pouco tempo de execução da iniciativa, o objetivo já começa a ser atingido. “Valorizar o bom aluno serve também de incentivo. Vários dos que estão aqui hoje eu conheço e posso apostar que serão ótimos profissionais, vejo que já servem de referência”, afirmou, também antes de subir ao palco, o formando de Direito Danilo Aureliano da Silva, 26. Ao tirar sua foto ao lado do reitor e da pró-reitora, surpreendeu a dupla ao entregar o DVD com imagens do professor Wolmir celebrando o casamento dos pais. “É engraçado como ele esteve em momentos tão importantes da vida da minha família. Primeiro, ao celebrar a união dos meus pais, em 1991, e agora aqui, me entregando esta honraria com eles na plateia”.
Quem também levou a família foi o formando em Psicologia Romylton Alessandro, 45. Dias antes de apresentar seu TCC para a segunda graduação – a primeira, em Ciências Militares – recebeu o título junto com a filha Ana Luíza, de oito anos. “É algo que marca a nossa vida. É muito relevante! Trouxe a minha filha para dar exemplo”, refletiu, antes da cerimônia. A pequena parecia orgulhosa. Falou com facilidade e tirou selfies com o pai, para registro. “Sei que sou apenas um parâmetro que ela vai provavelmente alcançar e passar”, apostou, também orgulhoso, o pai, antes de receber em mãos o diploma.
Fotos: Wagmar Alves