Aula inaugural debate formação da identidade linguística a partir da literatura

O curso de graduação em Letras da Escola de Formação de Professores e Humanidades (EFPH) promoveu na noite de ontem, 28, sua aula inaugural para o semestre, com o tema Minha pátria minha língua: literatura e identidade linguística, ministrada pelo professor dr. Rogério Canedo (UFG).

Com expectativa de expansão nos próximos meses, o curso é uma das licenciaturas mais tradicionais da PUC Goiás. “Queremos ampliar horizontes”, adiantou a coordenadora, professora Helen Suely Silva Amorim, ao citar estudos para a criação de novas habilitações para o curso. Sobre o tema escolhido para a aula inaugural, destacou a língua como “nossa marca no mundo”. Para discutir o tema, antes da aula, o conjunto de acadêmicos e professores assistiu a declamação do poema A flor do maracujá, de Catulo da Paixão Cearense, feita pelo ator e diretor Danilo Alencar, da Coordenação de Arte e Cultura (CAC) da universidade.

Uma língua, muitas identidades

A partir da literatura, que caminha naturalmente com a evolução da língua, podemos reconhecer traços da identidade de cada nação, por mais que uma mesma língua seja oficializada em diferentes países e entendida sem grandes dificuldades entre eles, como ocorre com a língua portuguesa e seus nove países falantes. Mesmo assim, o compartilhamento entre países pode ser desigual. Foi a partir desse argumento que o professor dr. Rogério Canedo, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (UFG), aguçou as reflexões dos estudantes para estudos em literatura comparada em língua portuguesa. “A língua imprime, nesses diferentes países, traços muito convergentes. Ao se produzir a literatura em cada um desses países, se valendo dos traços que a língua um dia imprimiu, essas literaturas acabam sendo muito convergentes também”, explicou.

Apesar das diferenças geo-sócio-culturais que surgem nas obras literárias desses diferentes países de uma língua, o professor preocupa-se com a distância entre essas nações. “A gente tem encarado as literaturas dos países de língua portuguesa como alguma coisa muito distante, muito desconexa. A minha perspectiva de hoje é mostrar como elas são muito mais próximas do que distantes”, completa.

Fotos: Weslley Cruz