Atividade destaca papel da língua de sinais para integração de surdos

Apresentações artísticas e palestra destacaram a importância do ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como instrumento para possibilitar às pessoas surdas a participação em espaços sociais, entre eles a universidade. A programação foi realizada pelas docentes do curso de Letras da PUC Goiás, responsáveis pela disciplina de Libras, obrigatória para as licenciaturas da universidade e optativa para outras graduações, na noite desta quarta-feira (19). Os alunos acompanharam a programação no Auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades (EFPH), no Setor Leste Universitário.
Uma das organizadoras da atividade, a profa. Thanys Bifaromi, explica que o objetivo é fomentar o contato dos graduandos com a cultura dos surdos. “Vamos refletir sobre a importância da Libras, que já é oficialmente a segunda língua do Brasil. Queremos que os alunos entrem em contato com essa cultura e percebam que a pessoa surda pode fazer muitas coisas, como dançar ao som de uma música”, exemplifica.

A noite foi aberta com uma apresentação de alunos do Centro Especial Elysio Campos, da Associação de Surdos de Goiânia, que representaram o fragmento de um espetáculo. Depois, a acadêmica Bruna Pires da Costa, que já cursou a disciplina, interpretou, em Libras, uma canção católica.

Em seguida, o prof. Edson Franco, do Sistema de Ensino Chaplin, compartilhou sua experiência com a língua de sinais, que ele trouxe para Goiás e só conheceu aos 10 anos. Natural de Baliza, no interior do Estado, ele foi alfabetizado pela própria mãe, em casa. “Eu via as pessoas conversando e não entendia. Perguntava para minha mãe o porquê e ela explicava que eu era surdo. Depois, eu via as crianças da minha idade indo para escola, mas não podia ir, porque em Goiás ainda não se falava em Libras”, recordou.

Uma viagem do seu pai a Uberlândia para comprar insumos para sua loja foi a grande virada na vida de Edson. No caminho para a cidade mineira, o homem viu um pai conversando com seu filho em Libras. “Meu pai perguntou onde eu poderia aprender e eles indicaram o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro”, contou.