Ação solidária do Festival Sou PUC arrecada 350 kg de alimentos
A Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil, por meio da Coordenação de Extensão (Cdex), realizou na tarde desta quinta-feira, 14, a ação solidária do Festival Sou PUC. Foram doados 350 kg de alimentos e 44 panetones para 24 famílias em situação de vulnerabilidade atendidas no Centro de Educação Comunitária de Meninas e Meninos (Cecom), no Setor Santos Dummont, em Goiânia.
O evento também mobilizou 50 acadêmicos dos cursos de graduação, 150 crianças e seis docentes. Dividida em dois momentos simultâneos, a ação atendeu dois tipos de público: as mães da comunidade participaram de uma roda de conversa sobre comunicação não violenta no auditório do Cecom e as crianças de atividades de contação de histórias, pintura no rosto, diálogo com foco na saúde mental e orientações sobre higiene bucal conduzidas pelas Ligas de Atenção à Saúde da População Negra, Liga do Riso e Liga de Odontopediatria.
Coordenadora de extensão da universidade, a profa. Denize Daudt fez um balanço positivo do Festival, que disponibilizou 375 ingressos à venda para serem revertidos em alimentos. De acordo com a docente, a mobilização dos estudantes foi além do esperado, desde à abertura das inscrições para apresentação no festival à ação solidária no Cecom, que foi resultado de uma mobilização a fim de arrecadar alimentos para doação. Além das cestas destinadas às famílias, um total de 150 kits de higiene bucal foram entregues para as crianças assistidas pela Escola de Circo.
Impacto da ação
Coordenador do Instituto Dom Fernando, Edson Lucas Viana destacou que a ação solidária é fruto da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão que move a missão da PUC. “É a materialização dessa ação, um momento inesquecível na vida das famílias e de todos aqueles que vieram fazer a entrega das cestas. Há 40 anos, o Cecom promove o exercício pleno de cidadania, fazendo com que as pessoas se empoderem, se reconciliem, se promovam e sejam solidárias umas com as outras”, disse.
Com mais de 250 famílias atendidas diariamente, o Cecom oferece aulas de educação infantil, ensino fundamental até o 6º ano, atividades de arte-educação por meio da Escola de Circo, serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, núcleo de apoio jurídico ao cidadão, aulas de informática, curso de robótica, oficinas de higiene, beleza e muitas outras.
Mãe de três crianças, duas delas alunos da Escola de Circo, Jhessica Matos Santana foi uma das mães contempladas pelas cestas natalinas. Moradora do Setor Santos Dummont, ela destacou a importância do trabalho realizado no local, de promover o acesso à cultura e a educação. “Dentro de casa não tenho tempo de fazer essas atividades. Como me separei do meu marido recentemente, eu trabalho em casa como revisora de textos para conciliar o sustento com o cuidado das crianças”, contou.
Temáticas abordadas
Docente do curso de Enfermagem e do Programa em Nome da Vida, a profa. Jamilly Dias conduziu as atividades que abordaram o tema da consciência negra, que pauta o feriado nacional do dia 20 de novembro, próxima quarta-feira.
“A ideia é fortalecer a identidade negra das crianças, que muitas vezes tiveram acesso às histórias muito atravessadas, histórias que foram contadas certamente de forma errada, de momentos de escravidão, e que hoje a gente sabe que existem várias potências negras para elas. Então, a proposta é fazer com que essas crianças se empoderem e criem a sua identidade negra, de fato. Neste mês, a consciência negra é em alusão a isso, ao combate ao racismo”, explicou.
As ações afetivas com pinturas no rosto foram realizadas pelo Grupo Tarde de Prosa do PNV. Na ocasião, os voluntários promoveram um momento de descontração com as crianças a fim de elevar sua beleza e autoestima, por meio de pinturas no corpo e no rosto.
“A Liga de Odontopediatria, coordenada pela professora Daniela, está trazendo ações de prevenção contra as doenças que envolvem a parte de saúde bucal e temos também a Liga do Riso, que é multiprofissional, mas está vinculada ao curso de enfermagem da PUC, com atividades também voltadas para saúde mental”, completou a profa. Jamilly.
Membro da Liga de Atenção à Saúde da População Negra, João Pedro Alves, acadêmico do curso de Fonoaudiologia foi um dos estudantes que conduziu as atividades de contação de histórias. Na ocasião, ele destacou também a importância do contato com a população mais vulnerável, já que pretende atuar no SUS.
“Nós trouxemos literaturas que falam sobre essa questão racial, para dar orientação, essa questão de representatividade e reconhecimento ainda mais que estamos no mês da Consciência Negra. Eu vim pra ler histórias, entreter e trazer conhecimento para as crianças”, relatou.
Fotos: Weslley Cruz