Ação com o Goiás leva educandos do Alfadown para jogo do Goianão

A noite de ontem, 20, foi especial para mais de 100 educandos, familiares, voluntários e professores do Projeto Alfadown. Isso porque o grupo foi recebido no Estádio Hailé Pinheiro pelo Goiás Esporte Clube para uma ação conjunta em celebração do Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorada neste dia 21. Com uniformes exclusivos do time, seis educandas e educandos atuaram como “gandulas” do jogo entre Goiás e Iporá, que fechou a primeira etapa do Goianão. Os outros ficaram na torcida pelo anfitrião, que acabou ganhando de 2 x 1. No Programa de Referência em Inclusão Social (Pris) da PUC Goiás, onde está instalado o projeto, a ação ganhou o nome de Bola na Rede e terá desdobramentos ao longo do semestre.

“Nós temos muitos adolescentes e adultos no Alfadown. Trabalhamos, com eles, o desenvolvimento da autonomia. Isso foi estimulado, no semestre passado, inclusive com as famílias, até podermos chegar aqui neste momento”, explica a coordenadora do Pris, professora Juliana Hannum. “É uma autonomia com responsabilidade, visando de fato uma inserção social”, conclui.

Temas como alimentação saudável e cidadania já ganharam ações dentro do projeto, que agora parte para o foco na importância do esporte para o desenvolvimento social. “É importante até para pensarem a importância do esporte. Além de ser uma atividade física e, portanto, estar ligada à saúde, integra um universo de possibilidades como aprender a trabalhar em equipe e a competir de forma saudável, sabendo que é possível perder e ganhar”, justifica a coordenadora do Alfadown, professora Luciana Novais.

Realizando sonhos

Foto: Weslley Cruz

Antes do início do jogo, todos os educandos tiveram acesso ao gramado, onde se encontraram com o mascote do time e, de surpresa, conheceram dois ícones do time: Michael e Sidão. Muitos ainda não tinham sequer pisado em um estádio, mas o educando Gustavo Miranda não só esteve à vontade no espaço como comemorou quando avistou Michael. O jovem se emocionou ao dar um longo abraço no atacante, apresentando sua namorada, Rafaela, logo em seguida. “Eu agradeço o carinho. Isso me honra, faz valer a pena. Que Deus abençoe muito e dê sempre saúde a vocês”, agradeceu o jogador.

Para os jogadores, o momento ficou também como lição. “Foi um momento especial demais. A gente evolui muito como ser humano podendo cooperar um pouquinho e trazer alegria. Eles têm um amor que transborda e isso inspira”, frisou Sidão.

Foto: Weslley Cruz

Quando o jogo começou, os seis educandos encarregados de buscar as bolas já estavam a postos no campo, acompanhados por monitores. “Eu gosto muito de futebol. Tô muito feliz do fundo do meu coração. Não é um trabalho difícil não. É bom!”, comentou a educanda Letícia Buonomo.

A todo momento, profissionais do time acompanharam o desenvolvimento da ação, planejada em conjunto para ser inesquecível. “Nós temos um ciclo de eventos que fazemos questão de trabalhar ao longo do ano, como o Dia da Mulher e o Dia do Autismo. Quisemos trabalhar o Dia da Síndrome de Down e o projeto da PUC Goiás se encaixou. Nos encontramos”, frisou o gestor de Marketing do Goiás Esporte Clube, João Grego. “São assuntos emblemáticos, que são relevantes para a sociedade e que nos permitem humanizar o futebol e trazer públicos historicamente afastados dos estádios”, lembrou.

Novos passos

Dando continuidade ao Bola na Rede, o Pris recebe na próxima terça-feira, 26, às 14 horas, o mascote do Goiás e representantes do time para um bate-papo sobre futebol com os educandos e familiares. Outro momento de descontração está marcado para o dia 16 de abril, na Tarde Inclusiva, quando a universidade promoverá uma festa para o grupo na Escola de Circo Dom Fernando, com o apoio do Goiás e de parceiros do time, como Água Nativa, La Fruit e Panificadora Moreira. Outros times também participarão do Bola na Rede, que poderá ser estendido para semestres seguintes.

Fotos: Weslley Cruz