ArchéVis: Laboratório de Visualização Histórico e Arqueológica
O PPGHIST/PUC Goiás vem viabilizando estudos históricos e historiográficos, tendo como objeto o poder e o modo pelo qual é distribuído no interior da estrutura social. Parte-se do entendimento que a cultura pode ser uma categoria importante para se examinar o campo de possibilidades colocado pelo jogo de forças do social (poder), que se revelam no cotidiano e se encontram incrustrados em instituições que não apresentam uma conotação política evidente, tais como a família, as entidades educacionais e religiosas. Essa experiência acumulada ao longo da primeira década do programa, aliada às demandas da realidade social, promoveram a possibilidade de abertura do curso de doutorado em História, já aprovado pela CAPES, prevista para 2024. O curso foi estruturado visando o aumento do impacto social do PPGHist nas diferentes esferas da sociedade será realizado com parceria da EHPH, por meio de ações conjuntas com o IGPA e IPEHBC, com desenvolvimento de pesquisas, por docentes do Programa e por pesquisadores externos.
Para viabilizar as ações, propomos a criação do ArchéVis: Laboratório de Visualização Histórico e Arqueológica, que visa disponibilizar apartato tecnológico para processamento de dados arqueológicos, digitalização de documentos históricos, transmissão de acervos audiovisuais e tratamento das imagens. O acervo arqueológico do IGPA é composto por peças resgatadas em pesquisas acadêmicas realizadas por professores/pesquisadores do Instituto, desde a década de 1970 até os dias atuais. Também está constituído por objetos arqueológicos advindos de apoio institucional a projetos de pesquisa realizados por outros profissionais, em áreas de impacto ambiental, composto por materiais líticos, cerâmicos, ósseos, vegetais, louça, vítreos, metálicos e materiais em construção, além de documentos escritos, livros e material audiovisual. Os objetos acervados estão em constante processo de investigação científica, realizada pelos professores/pesquisadores do Instituto, juntamente com seus estagiários de Iniciação Científica. Também são disponibilizados, mediante normativas internas e do IPHAN, à profissionais de outras instituições de ensino superior. Diversas pesquisas estão em andamento, com trabalhos de campo na região arqueológica de Caiapônia, Palestina de Goiás, Rio Araguaia e Serranópolis, com apoio do CNPq, Fapeg e apoio da PUC Goiás.
A configuração do atual Acervo Audiovisual do IGPA efetivou-se após a doação realizada pelo documentarista Wolf Jesco von Puttkamer, no ano de 1978, de sua coleção audiovisual e de registros escritos acerca de sociedades indígenas brasileiras. Além disso, o IGPA também possui um acervo audiovisual composta pelo acervo de Wolf Jesco von Puttkamer, acerca de sociedades indígenas brasileiras desde 1978, a Coleção Mário Ferreira Simões, composta por diários de campo e bonecas Karajá, confeccionadas entre 1958 e 1959; a Coleção Acary de Passos Oliveira, composta por slides e diários de campo sobre povos indígenas brasileiros, coletados nos anos de 1970 e 1980; e a Coleção Adrian Cowell, composta por imagens fixas e em movimento, referentes aos documentários fílmicos sobre a Amazônia brasileira, durante o período crítico da destruição da floresta e dos conflitos com a população envolvente, entre os anos de 1980 a 2010.
Considerado hoje o maior acervo audiovisual do mundo sobre a História dos Povos da Amazônia, a coleção audiovisual compreende hoje, aproximadamente: 150.000 imagens fotográficas (83.600 slides, 58.000 negativos e 8.400 ampliações em papel); 138 rolos de película de 16mm, sendo 17 rolos negativos originais de imagem (NO), 114 rolos positivos originais de câmera (DPX Reversível); 7 rolos de filme editados (COZ) pela BBC de Londres. Totalizando aproximadamente 96.604,5 pés de material inédito. Ainda duas centenas de diários de campo em inglês, português e alemão; cerca de 400 fitas sonoras de rolo, originais, 62 fitas DAT (cópias das matrizes) e 62 fitas K7 (cópias de trabalho), sendo que 96 horas de som já foram digitalizadas. Essa coleção possui, portanto, imagens e material sonoro, como cantos, lendas e ritos indígenas, registros linguísticos, cultura material, diários de campo, fotografias, negativos e diapositivos, documentários em preto e branco, em cores e material bruto, com temáticas relativas à cultura indígena brasileira, ao meio ambiente, aos conflitos de terra, à Arqueologia pré-histórica e histórica brasileira, às populações impactadas por grandes projetos desenvolvimentistas, à construção de Brasília, dentre outras expressões do patrimônio natural e cultural.
O Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPEHBC) criado em 1997. O IPEHBC possui documentação que inclui livros de memórias, diários privados, cartas, atas, fotografias, relatórios de diversas naturezas, organizados e digitalizados para consulta. Guarda em sala especial, climatizada, uma coleção de obras raras. Possui 17.292 documentos manuscritos dos séculos XVIII, XIX e XX. Além disso, o acervo possui 98 jornais dos séculos XIX e XX (coleções completas) sendo que destes, 25 já estão microfilmados. Lá está arquivada a documentação trazida de Portugal pelo Projeto Resgate pertinente à Capitania de Goiás.
Esse acervo demonstra a potencialidade da PUC Goiás na coleta, sistematização de dados e conservação de dados sobre a História do Centro-Oeste do Brasil, apresentando uma complexa estratigrafia, cultura material lítico e cerâmica, que indicam evidências alimentares e de ocupação do território que estão permitindo aprofundar os estudos relacionados com a ocupação humana apartir da transição Plesstoceno-Holoceno. O registro arqueológico já coletado permite compreender que os resultados obtidos até o momento, comprovam as descontinuidades e o hiato mencionados pela literatura clássica sobre o assunto, inserindo novas variáveis e problemáticas apontadas na pesquisa atual, como em relação à cronologia da ocupação. Assim, o laboratório possibilitará que os resultados obtidos com o projeto de pesquisa seja melhor sistematizado e divulgado para a comunidade em geral. O acervo sobre os povos originários podem contribuir para suprir essa lacuna.
O ArchéVis: Laboratório de Visualização Histórico e Arqueológica, desse modo, servirá como ferramenta para desenvolvimento do projeto de pesquisa PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DO BRASIL CENTRAL: PALESTINA E SERRANÓPOLIS e HISTÓRIAS ENTRELAÇADAS DO BRASIL, dentre outros.