Aula inaugural da História integra mestrado e graduação

Os Programas de Pós Graduação Stricto Sensu em História (MHist) e Ciências da Religião (PPGCR) da PUC Goiás realizaram na noite de ontem, 18, juntamente com o curso de graduação em História, sua aula inaugural para o semestre. No auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades (EFPH), onde os cursos estão instalados, alunos, pesquisadores e professores assistiram à aula da professora dra. Solange Pereira da Rocha, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com o tema Os desafios da pesquisa sobre a diáspora africana e sujeitos subalternizados no Brasil Oitocentista.

Antes do início da aula, a mesa, composta pela pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Milca Severino, e autoridades da Escola, deu as boas-vindas aos acadêmicos. “É um tema que nos convida ao debate, ao diálogo”, lembrou o diretor da EFPH, Romilson Siqueira. O gestor ainda lembrou a importância de eventos que integrem agentes de todas as áreas que compõem o tripé universitário de ensino-pesquisa-extensão, uma das marcas da escola. “Este é um projeto importante na escola e que garante justamente essa integração aqui representada”.  A fala foi complementada pelo coordenador do curso de graduação em História, que acrescentou que momentos como os de ontem são os que “podemos conversar juntos, ter esse desenvolvimento conjunto, essa construção coletiva”. O professor ainda reforçou o convite aos acadêmicos para que se interessem cada vez mais por essa interação.

Coordenadora do mestrado em História e presidente da mesa de abertura, a professora dra. Thais Alves Marinho destacou a reformulação do programa direcionada para a próxima avaliação e para a possível criação de um doutorado em História. “Essa aula celebra a abertura de uma nova linha de pesquisa em nosso programa e a reformulação de outras, para caminharmos”, explicou, ao falar da nova linha em Educação Histórica e Diversidade Cultural, cuja temática conversa com a da aula inaugural.

Apagão histórico

Entre os temas abordados, a professora Solange Pereira da Rocha falou sobre a falta de documentos históricos no período imediatamente pós-abolição no Brasil. “Há um silenciamento”, enfatizou, lembrando que parte desse acervo sobre a escravidão no país foi queimada em 1891, por ordem do então ministro Rui Barbosa. Apesar das fontes fragmentadas, diz, as pesquisas têm avançado nas últimas décadas, sobretudo a partir do avanço da pós-graduação pelo Brasil que se instala fora do eixo Rio-São Paulo.

Aos presentes, a professora também questionou mostrou como, cotidianamente, os atos racistas que abalaram o país nos útlimos dias não são incomuns. “A gente tem avançado, mas muito pouco. São recorrentes os casos de racismo estrutural. Como lutar contra o racismo se a população não está convencida de que ele existe?”, indagou. No Brasil, a escravidão negra esteve presente institucionalmente do século 16, quando o país foi colonizado, ao final do século 19, mas repercutiu ao longo do século 20 e segue até os dias atuais, neste início do século 21. “A escravidão predominou a formação da nossa sociedade. É importante percebermos a crueldade desse sistema, que foi naturalizado e que repercute até hoje”.

Fotos: Ana Paula Abrão