Universidade promove feira das profissões em Aparecida de Goiânia

Era início de tarde e os alunos andavam, ansiosos e curiosos, pelo espaço planejado para as atividades: o ginásio com estandes de diversos cursos de graduação, uma sala focada na área da saúde e outra com um simulador de vôo de avião. No lado externo ao ginásio, outros estantes com delícias comercializadas pelas turmas do Ensino Fundamental. Já no auditório, palestras sobre temas diversos.

A atividade, denominada Mostra de Ética e Cidadania (Meca), é realizada anualmente, há 14 anos pelo Colégio Araguaia, em Aparecida de Goiânia, mas ganhou nesta edição o apoio da PUC Goiás, a partir de uma parceria com a Coordenação de Admissão Discente (CAD) da universidade.

“Quando falamos aos pais e aos alunos que a PUC estaria aqui, foi uma explosão. Isso levou nosso evento a outro nível”, exclamou Paulo Sérgio Rodrigues, o gestor da escola. A atividade, pensada para ser integradora e proveitosa para a maioria dos 800 alunos da escola, cresceu com o apoio da universidade.

“Levamos os nossos alunos para a PUC todos os anos mas, dessa vez, é a universidade que está aqui. Toda a programação foi ampliada e discutida em conjunto e está sendo apresentada por professores da PUC”, afirmou o gestor.

No auditório, temas como a escolha de uma profissão, as fake news, os direitos humanos e a comunicação digital foram e serão, até amanhã, 22, apreendidas e debatidas pelos adolescentes.

Nos estandes, além de professores da universidade, os próprios acadêmicos, atuando como monitores, conversam com aqueles que estão em uma posição que foi vivida por eles até pouco tempo atrás. Essa impressão dos mais jovens foi sentida com mais força ainda por uma das monitoras que retornou ao colégio hoje pela primeira vez, desde que concluiu o ensino médio. Desta vez, como graduanda em Fonoaudiologia.

“É muito gratificante trazer o ambiente da universidade, de alguma forma, para a escola onde eu estudei”, reletiu a jovem Nathália Cândido Toledo, 21. Agora, no sexto período do curso, ela se diz apaixonada pela profissão e sem se imaginar fazendo outra coisa, mas o final da formação média foi cercada de dúvidas. “Eu sempre quis a área da saúde, mas não ouvia falar de Fonoaudiologia, não conhecia direito. Terminei o ensino médio e uma madrinha me apresentou uma amiga, profissional da área, que fez comigo o papel que estou fazendo com eles aqui hoje, de aconselhar, tirar dúvidas, ajudar a colocar prós e contras na balança”, refletiu.

A dificuldade da escolha

Fase definida como difícil e decisiva pelo gestor da escola, tendo em vista o peso da quase irremediável escolha de uma profissão, a preparação para o início da vida adulta não precisa vir sem oportunidades de esclarecimento e aconselhamento.

É com essa consciência que a CAD busca traçar estratégias de aproximação com colégios da região metropolitana, buscando formas de trazer informação útil para os estudantes. “A cada ano nós nos reunimos com as coordenações das escolas e apresentamos as possibilidades para planejar ações como essa de hoje”, lembra a professora Telma Perini. Para a Feira das Profissões que integra a 14ª Meca, todas as escolas da PUC foram representadas, mas os cursos foram escolhidos a partir do interesse identificado pelo colégio.

As palestras também foram pensadas em conjunto. Enquanto os professores da PUC Goiás falaram sobre as temáticas e, indiretamente, sobre as profissões que representavam, professores do colégio participavam com colocações. Foi o que ocorreu quando na primeira, sobre vocação e escolha, uma aluna adolescente perguntou como fazer o curso que deseja sem ferir o sentimento dos pais, que imaginam outro futuro para ela.

Após ouvir a jovem, a psicóloca e professora Vera Morselli disse que o tema deveria ser conversado melhor com os pais, após ela perquisar a opção que quer e a que eles imaginam, para ter argumentos, e refletir que, independente do que for escolhido, isso deve ser bem feito, com amor e afinco, para compensar a escolha, que não era só profissional, mas uma escolha de vida. E se é pra vida, deve ser uma escolha de quem viverá. O exemplo ficou a cargo de um professor. “Quando disse que queria ser professor, minha mãe foi absolutamente contra. Hoje sou feliz, bem sucedido, ganho muito melhor que ela e ela me respeita e torce por mim. Ela é feliz com a minha felicidade”, explicou.

A atividade seguiu durante a noite, com a visita dos pais e da comunidade, com a escola aberta. Continua amanhã, com mais palestras e bate-papos na feira.

Fotos: Ana Paula Abrão