Universidade é parceria da Agetop em projeto de proteção a animais

A PUC Goiás passou a fazer parte oficialmente do projeto Rodobicho, iniciativa inédita no Brasil e criada pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) que visa preservar a fauna em regiões com ocorrências de travessias de animais silvestres nas rodovias. O termo de cooperação técnica foi assinado pelas equipes das duas instituições em reunião realizada na tarde desta quinta-feira, 18, na sede do órgão, em Goiânia. O encontro teve a presença do reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, da pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, profa. Milca Severino, e do presidente da Agência, Jayme Rincón.

Criado em 2013, o projeto Rodobicho tem, desde o ano passado, a colaboração de pesquisadores da universidade. A Agetop implantou sinalização específica e redutores de velocidade em pontos identificados como corredores de passagem dos animais. O projeto-piloto já foi implantado nas rodovias GO-239, trecho Alto Paraíso de Goiás/São Jorge, e GO-225, trecho Corumbá de Goiás/Olhos D’Água. .

Com a cooperação da PUC Goiás, o projeto será expandido em dois âmbitos por meio das Escolas de Ciências Agrárias e Biológicas (ECAB) e de Ciências Exatas e da Computação (ECEC).

O núcleo de pesquisa da ECAB vai criar um banco de dados sobre os animais mortos em rodovias goianas. O prof. Wilian Vaz Silva explica que as informações coletadas poderão auxiliar pesquisadores da graduação e da pós-graduação. “Todos os dados do projeto passarão pela nossa mão, para validarmos. Além de gerar a base de dados que vai subsidiar ações futuras de monitoramento, também poderemos aproveitar o material proveniente dos atropelamentos”, explica, referindo-se às carcaças dos animais.

Já o grupo de trabalho da ECEC está desenvolvendo um aplicativo que visa fomentar a participação do cidadão na preservação ambiental. De acordo com o prof. André Luiz Alves, a previsão é que neste ano o software fique pronto neste ano. Segundo ele, com o app, o motorista que presenciar algum acidente envolvendo animais silvestres poderá tirar de uma a três fotos, escrever um texto e enviar o registro para a Agetop. “Com essa informação, a Agência saberá do local onde estão essas ocorrências”, ressalta ele, que coordena a equipe que desenvolve o programa, hoje formada apor dois alunos.

Fundamento científico

A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da PUC Goiás, profa. Milca Severino, ressalta que a participação da universidade no Rodobicho dá às informações coletadas “fundamento científico”. Ela pondera que a entrada da universidade no projeto traz a possibilidade de criar programas educativos. “É uma parceria importante para o Brasil. É um trabalho pioneiro onde se integra Estado e universidade, que tem a responsabilidade e a competência de gerar conhecimento”, destaca.

O presidente da Agetop, Jayme Rincón, a entrada da PUC Goiás traz respaldo maior ao projeto, com a perspectiva de seu desenvolvimento e de seu aprimoramento. “Falta, na realidade, é um programa de orientação para que a gente dote as nossas rodovias para que elas possam conviver com a fauna existente. E o Rodobicho busca exatamente isso”, afirma, informando que as ações devem ser ampliadas para outros trechos de rodovias goianas.

Idealizador do projeto, o engenheiro Victor Emmanuel dos Reis, do Núcleo de Estudos e Projetos da Agetop, explica que o Rodobicho enxerga o ser humano como um agente transformador e regulador do sistema. “É necessária a mudança de hábitos e de conscientização, buscando-se novo contexto, no qual os investimentos e projetos de engenharia viária que afetam diretamente o meio ambiente, sejam realizados sob uma perspectiva de sua efetiva contribuição à sustentabilidade ambiental”, afirma. O Rodobicho venceu o Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente, edição 2016.