Escola de Circo inicia atividades para calouros e veteranos

Mais de cem educandos iniciaram nesta semana as atividades do semestre na Escola de Circo Dom Fernando, na região Leste da capital. Ligada à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil (Proex) da PUC Goiás, a escola incentiva a cidadania a partir das técnicas do circo social.

Além de desenvolverem habilidades ligadas ao circo, os educandos participam de rodas de conversa, dinâmicas e atividades com profissionais de diversas áreas. Como resultado, crianças e adolescentes que participam do processo são agentes de transformação em suas comunidades.

Ensinamentos

É o caso da bailarina Giovanna Keyme, 17, que retornou à escola como membro da Cia de Dança Noah, da Coordenação de Arte e Cultura (CAC), se apresentando para a turma atual. Vizinha da escola, Giovanna foi uma das educandas por sete anos. Agora, retorna sempre que pode e quer fazer ainda mais. “Acredito que possa servir como inspiração para essas crianças. A universidade tem muitas oportunidades e é importante que eles saibam”, pontua.

“A escola nos ensina valores de respeito, ajuda a lidar com o próximo, a ser mais tolerante”, enfatiza a veterana Paula Beatriz, 14, que também há sete anos na escola, aprendeu malabaris e enfrentou a vergonha de cantar em público após ter seu talento descoberto por um arte-educador.

Questão social

Coordenadora da escola, Janaína Gomes Souza explica que a rotina da escola é pensada para fortalecer o processo de cidadania para crianças e adolescentes que, muitas vezes, estão situados em contextos de vulnerabilidade social. “Para alguns, a Escola de Circo é o único lugar onde conseguem ter acesso à cultural, ao lazer. É aqui também que elas entendem seus direitos, que passam a se identificar, a se assumir. Eu tenho o maior orgulho”, contextualiza.

Além das atividades de rotina e de apresentações culturais, a escola deverá receber, ao longo do ano, ações de diversos parceiros da própria universidade e de entidades dos setores públicos e privados. No ano passado, um dos exemplos foi o Festival Palhaçada, que levou espetáculos de diferentes partes do país para o picadeiro da escola, sem cobrar ingresso. “Teve educando dizendo que essa foi a única atividade das férias, o que é realmente pesado. Iremos fazer, então, mais atividades com parceiros e passeios”, confessa a coordenadora. A escola funciona desde a década de 1990, atendendo crianças e adolescentes de 7 a 17 anos.

Fotos: Weslley Cruz