Paróquia Santo Antônio encerra comemorações do ano jubilar
O sábado estava nublado, com um vento leve. Fora da Paróquia Santo Antônio, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, o movimento era um pouco maior que o usual em um sábado. Os carros se aglomeravam cada vez mais com o passar das horas. Viraram dezenas quando a missa de encerramento das comemorações do jubileu de diamante da igreja estava próxima de começar. Aos poucos, pedestres também começaram a chegar. Ali dentro, fiéis ocuparam todos os espaços disponíveis.
A tarde de 25 de novembro também foi marcada pela homenagem ao frei Demétrio Zancheta, primeiro pároco da igreja. Um oratório e um Memorial, com seus restos mortais, foram inaugurados com forte participação popular.
Primeiro religioso responsável pela paróquia, fundada em 1957, Frei Demétrio é visto com muito carinho pela população goianiense. Agora, cinco décadas após sua morte, retorna a Goiás, onde queria ter findado a vida. “Ele nos dizia que éramos sua família de sangue, mas que sua família era todo o povo aqui de Goiânia”, diz, emocionada, Fidência Leocrécia Valmorbida, sobrinha do religioso e familiar responsável pelo translado. Quando foi procurada, inclusive, diz que se sentiu triste e feliz. O corpo deixaria seu local original, junto aos pais da mulher, no Rio Grande do Sul. “Demorou, mas foi realizado o seu desejo de estar aqui em Goiás”, lembra.
Personagem fundamental na criação da paróquia e do próprio setor Pedro Ludovico, antigamente conhecido como o loteamento da fazenda Macambira, na periferia da nova capital goiana, frei Demétrio aparece com destaque no livro Paróquia Santo Antônio: Origens, protagonismo e caminhada de fé (Editora da PUC Goiás, 2017), escrito pelo reitor da PUC Goiás, professor e escritor Wolmir Amado.
“É um dia muito especial, de saudades, de memórias. É um legado grande, que nos deixou sementes frutíferas”, comenta o professor. O livro, lançado durante a inauguração do Memorial Frei Demétrio, traz a história da paróquia em uma linha do tempo, por décadas. “Os acontecimentos paroquiais são acompanhados por uma evolução da vida do bairro, que se transformou enormemente, de Goiânia, do país e da Igreja, que passou por diversas mudanças”, destaca.
Missa
Presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia, dom Moacir Arantes, a celebração marcou o encerramento do Jubileu de Diamante da paróquia, iniciado em fevereiro. “Deus é bom sempre e, neste ano de jubilo, podemos atestar isso”, destaca ele, enquanto lembra aos fieis as conquistas da paróquia durante seis décadas.“Essa paróquia é um espaço de acolhida”, acrescenta o pároco atual, frei Airton Guedes, o 17º ao assumir a função.
Antes dele, por seis anos, frei Messias Chaves esteve com a responsabilidade. “A Paróquia Santo Antônio é uma paróquia onde podemos ver, de fato, a condução da mão de Deus”, diz, ao lembrar a importância do lugar para a comunidade das imediações. “Tive a graça de chamar as pessoas certas para esse grande jubileu”, comemora. Ao falar do jubileu, o frei destaca a importância do registro com o livro escrito pelo professor Wolmir. “Encerramos as comemorações homenageando justamente o primeiro pároco que aqui esteve. O livro é uma forma de eternizar essa história”.
Fotos: Wagmar Alves