No Dia da Consciência Negra, Proafro inicia seminário sobre enfrentamento ao racismo
Em um dia marcado pela reflexão sobre a temática racial – o da Consciência Negra – o Programa de Estudos e Extensão Afro-Brasileiro (Proafro) da PUC Goiás abriu o seminário Negritudes, educação, direitos humanos e combate ao racismo. A programação foi iniciada na noite desta segunda-feira, 20, no Auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades da instituição, no Setor Leste Universitário, com mesa redonda voltada para os alunos das licenciaturas.
Amanhã, 21, o debate será para os acadêmicos dos primeiros períodos das licenciaturas ministradas no Câmpus II. Na quinta-feira, 23, a mesa redonda vai reunir acadêmicos e profissionais de dois cursos da Escola de Ciências Sociais e da Saúde da universidade: Psicologia e Serviço Social (veja horários e locais no final da matéria).
A coordenadora do Proafro, profa. Irene Dias, explica que o objetivo é promover o enfrentamento ao racismo, uma das bandeiras do programa. Além do seminário, ações como grupos de estudos são realizadas. Ela destaca o papel fundamental da conscientização a respeito da discriminação racial, tendo em vista que essa prática, muitas vezes, é velada. “Fomos criados em uma sociedade estruturalmente racista. Muitas vezes, mesmo as pessoas que acham que não são racistas, têm um racismo ou um preconceito implícito na linguagem, na atitude, no modo de olhar o outro, o diferente. Muitas vezes, nem nos damos conta que estamos sendo preconceituosos, racistas”, explica.
Ela ressalta que o Dia da Consciência Negra é importante para chamar a atenção para os movimentos que combatem o racismo. No entanto, pondera que “o enfrentamento ao racismo tem que se realizado todos os dias”. A gestora explica que “a partir do próximo ano, queremos construir uma proposta para que a cada mês a gente esteja presente nas escolas, trabalhando esses temas de enfrentamento ao racismo.”.
Na abertura do seminário, o diretor da Escola de Formação de Professores e Humanidades, prof. Romilson Martins Siqueira, ressaltou a que a educação para as relações étnico-raciais compreendem uma das bandeiras das licenciaturas. “É uma exigência da legislação de formação de professores, mas é uma pauta importantíssima para a formação humana e dos professores. Diz respeito aos direitos humanos, à cidadania, à valorização da cultura afro-brasileira”, ressalta.
Mesa redonda
A mesa redonda que abriu o seminário contou com a participação da coordenadora do curso de Pedagogia da PUC Goiás, profa. Janaína Cristina de Jesus, do prof. Uene José Gomes, também da instituição, e da profa. Elivanete Alves de Jesus, docente da área de Matemática do Instituto Federal de Goiás (IFG). Eles falaram sobre o tema Negritude, educação e direitos humanos.
A profa. Elivanete abordou a educação matemática como forma de superação do preconceito e da discriminação racial. Ele lembrou que essa área do conhecimento, “desde o começo da institucionalização do ensino, é usada como um filtro cultural que serve para as relações de poder dominante para excluir as minorias.”
Já o prof. Uene apontou que não há uma resposta única e de curto prazo para o enfrentamento ao racismo, uma vez que a prática foi se formando em longo prazo. “Pensar a solução também implica em um envolvimento responsável de todos os segmentos”, ressaltou.
Confira a programação do seminário:
21 de novembro
Mesa redonda: Negritude, Educação e Direitos Humanos
Alunos do 1º período das licenciaturas
Local: Auditório do Bloco S – Câmpus II
Horário: 08 horas
23 de novembro
Mesa redonda: Psicólogos/as, assistentes sociais e políticas de enfrentamento ao racismo
Acadêmicos do curso de Psicologia e Serviço Social
Local: Sala Multiuso 1 – Área 4
Horário: 20h30