Instituições se unem para discutir arte e acessibilidade

A PUC Goiás e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas abriram oficialmente na manhã desta terça-feira, 26, no auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades, o 1º Seminário Goianiense sobre Arte, Comunicação e Acessibilidade. A solenidade reuniu representantes da reitoria, Escola de Comunicação e Programa de Direitos Humanos da universidade, Prefeitura de Goiânia, associações de surdos e cegos, além da ONG Escola de Gente (Rio de Janeiro). O evento continua até o dia 27 de setembro, no mesmo local, e tem a expectativa de receber 450 participantes.

Coordenadora do Programa de Direitos Humanos da PUC Goiás, a profa. Denize Daudt ressaltou a relevância do tema: “A Escola de Formação de Professores é uma das unidades de maior acessibilidade na PUC, mas pouco se discute o acesso à arte, ao cinema e aos processos comunicacionais, então precisamos abrir novas discussões sobre a acessibilidade”, instigou.

Segundo a diretora da Escola de Comunicação, profa. Sabrina Moreira, o Seminário é uma oportunidade para a qualificação dos futuros jornalistas e publicitários que estão inscritos no evento. Docentes da Escola participam das mesas redondas como debatedores e mediadores, contribuindo paras as discussões acerca da comunicação e cidadania. “Precisamos refletir sobre o poder público e as políticas que podem incrementar e democratizar o acesso aos meios de comunicação”, pontuou.

O secretário municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, Filemon Pereira, prestigiou a solenidade e ressaltou sobre a importância de se ir além das discussões sobre a acessibilidade física e arquitetônica. “Goiânia é uma cidade que evoluiu muito nisso a partir dessas discussões, pois atualmente somos uma cidade com muitas vias rebaixadas e piso tátil. Por meio da parceria com a PUC queremos colocar essa discussão no meio acadêmico e levar a acessibilidade comunicacional para a cidade como um todo”, afirmou.

O superintendente da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, informou que, em Goiânia, cerca de 250 mil pessoas apresentam algum tipo de deficiência e a capital é a quarta cidade no Brasil com maior índice de guias rebaixadas. Todavia ainda são necessários avanços no âmbito da acessibilidade comunicacional, seja na difusão da língua de sinais para surdos e a audiodescrição de imagens para pessoas cegas. “É uma acessibilidade fundamental para que as pessoas com deficiência sensorial, os cegos e surdos, possam se comunicar e se expressar através das artes. É uma oportunidade para discutir meios e ferramentas para que pessoas com deficiência visual e auditiva tenham acesso àquilo que se comunica através das expressões culturais”, observou.

Confira a programação completa do evento:

Dia 26 (Matutino)
8h – Credenciamento
9h – Mesa de Abertura
10h30 – Apresentação Cultural
11h – Palestra inaugural: pessoa com deficiência, comunicação e direitos
humanos
Expositora: Cláudia Werneck (jornalista, idealizadora e fundadora da ONG Escola de Gente/RJ)
Debatedor: professor Luiz Signates (PUC/GO)
Moderadora: psicóloga Cidinha Siqueira (SMT/Goiânia)

Dia 26 (Vespertino)
I Eixo: Como a mídia pode alcançar as pessoas com deficiência
14h às 15h30 Mesa Redonda: pessoas com deficiência falam sobre as barreiras da comunicação na mídia, na arte e no cotidiano
Debatedores: professora Marisa Eugênia (CEBRAV/GO)
Professor Audiê Gomes (SEDUCE/GO)
Professor Henrique da Silva Machado (Associação de Surdos de Goiás)
Moderador: Mauro Eduardo Cardoso (SEID/PI)
16h às 17h30 Mesa Redonda: soluções para as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência nas relações de consumo de mídia
Debatedores: Radialista Cloves Alberto Pereira (Organização Nacional de Cegos do Brasil – ONCB)
Professora Karin Bittar (Programa de Referência em Inclusão Social da PUC Goiás)
Elizeth Araújo (Diretora de Jornalismo da Secretaria Municipal de Comunicação de Goiânia (Secom)/ Goiânia)
Moderadora: Professora Denize Daudt Bandeira (Coordenadora do Programa de Direitos Humanos da PUC Goiás)

Dia 27 (Matutino)
II Eixo: Como a arte pode ser acessível a pessoas cegas ou surdas
8h30 às 10h: A Audiodescrição como recurso de acessibilidade das pessoas cegas ao cinema e à televisão
Expositora: Professora Soraya Ferreira Alves (UnB)
Debatedora: Professora Mary Land Brito, (IFB)
Moderadora: Professora Carolina Zafino (Escola de Comunicação da PUC/GO)
10h às 10h30 – Apresentação Cultural
10h30 às 12h Mesa Redonda – Tradução Libras/Português
Debatedores: Professor Raphael dos Anjos (UnB)
Professor Anderson Correia (UNICEUB/DF)
Professora Edna Misseno Pires (PUC/GO)
Moderadora: Professora Flávia Mota (Programa de Referência em Inclusão Social da PUC Goiás)

Dia 27 (Vespertino)
III Eixo: Como falam os meios de comunicação sobre e para as pessoas com deficiência?
14h às 15h30 Mesa Redonda – Abordagem das pessoas com deficiência pelos meios de comunicação: da exclusão ao sensacionalismo
Debatedores: Alisson Azevedo (TRE/GO)
Jornalista Eduardo Horácio (Rádio 730)
Professora Jullena Normando (Escola de Comunicação da PUC/GO) Moderador: Eduardo e Silva Sartorato (Jornal O Popular)
16h a 17h30 – Quebrando barreiras: casos de sucesso na arte inclusiva e na comunicação
Expositor: Jornalista Antonio José Ferreira (SUMPED/SMDHPA/Goiânia)
Debatedor: Jornalista Vassil Oliveira (Diário de Goiás)
Moderador: Jornalista Filemon Pereira (Secretário Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas/Goiânia)

Fotos: Weslley Cruz