Estudantes de Medicina promovem roda de conversa com gestantes sobre saúde mental

Estudantes de Medicina da PUC Goiás realizaram, nesta quinta-feira, 28,  uma Roda de Conversa com gestantes atendidas pela Unidade Básica de Saúde Novo Planalto, localizada em Goiânia. O encontro teve como objetivo promover um espaço de acolhimento, reflexão e troca de experiências sobre temas cruciais durante a gestação, como ansiedade, medo, feminilidade, parto, amamentação, e a importância da rede de apoio e do relacionamento conjugal.

Foto: Wagmar Alves

A supervisora da atividade, professora Lorena Lobo Mamede, explicou que a atividade foi proposta a partir de um caso vivido por uma gestante na Maternidade Dona Íris, que enfrentou uma situação de luto profundo após perder uma filha em um acidente doméstico. A gestante se recusou a ficar com o bebê após o parto, revelando um quadro de depressão perinatal. Esse caso foi escolhido pelos estudantes para o estudo da disciplina Problema Integrador de Competência e eles avaliaram a importância do apoio durante e após a gestação, e para conscientizar as futuras mães sobre a necessidade de compartilhar seus sentimentos e buscar apoio.

“Esse momento é uma oportunidade para os estudantes de Medicina entenderem a importância do acolhimento psicológico, tanto no pré-natal quanto no pós-parto. A ideia é que as gestantes saibam que não estão sozinhas e que há ajuda disponível, seja em unidades de saúde, seja com o apoio de profissionais qualificados”, destacou a professora Lorena.

A conversa abordou a complexidade das emoções e transformações que as mulheres vivenciam durante a gestação. Além das mudanças hormonais e biológicas, as gestantes precisam lidar com o medo do parto, a ansiedade sobre o futuro e, muitas vezes, a falta de uma rede de apoio ou de um parceiro ao seu lado. Em um ambiente seguro, as participantes puderam compartilhar suas experiências e dúvidas, e os estudantes de Medicina, acompanhados pela professora Lorena, tiveram a oportunidade de oferecer orientações e escutar as necessidades dessas mulheres.

Darla Martins Modesto, estudante do quinto ano de Medicina e participante da atividade, ressaltou a importância do contato direto com as gestantes. “Este momento é importante para nós, pois, além de podermos compartilhar informações, também aprendemos muito com as experiências das mulheres. Ouvir suas histórias e ajudá-las a lidarem com os desafios emocionais e psicológicos é fundamental para nossa formação”, comentou Darla, que, sendo mãe, também trouxe um olhar empático para a conversa.

Uma das participantes da roda de conversa, Francisca Samara Bezerra Carvalho, de 24 anos, compartilhou como foi importante para ela ser ouvida. Gestante de 20 semanas de seu segundo filho, Francisca destacou que a oportunidade de conversar com os estudantes foi essencial para entender melhor sua gestação e para desabafar sobre suas inseguranças. “É sempre bom ouvir especialistas, mas também é bom saber que estamos sendo ouvidas. Essa troca é fundamental, principalmente quando somos mães pela primeira vez e não sabemos exatamente o que esperar”, comentou.

Ela ainda comparou as experiências de suas duas gestações. “Na primeira gravidez, tudo era muito novo e, como eu era muito jovem, era difícil entender o que estava acontecendo comigo. Agora, já tenho mais experiência e sei lidar melhor com as emoções, o que me ajuda a me preparar para essa segunda gestação”, afirmou.

Fotos: Wagmar Alves