Festival encerra celebrações dos 65 anos da PUC
Apresentações de música, dança, exposições e poesia marcaram a segunda edição do Festival Sou PUC: cultura com cidadania, uma ação do Programa Em Nome da Vida (PNV), da Coordenação de Extensão da PUC Goiás (Cdex), ligada à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil (Proex), que possibilitou acadêmicos e egressos se apresentarem na última quinta-feira, 31 de outubro, no Teatro da PUC Goiás, no Campus V (Jardim Goiás). O evento integrou a programação do 65º aniversário da universidade e teve como objetivo incentivar a produção cultural entre acadêmicos, egressos e funcionários da instituição, apoiar o interesse da comunidade pela arte, além de despertar a cidadania de cada um, por meio de doação de alimentos que serão destinados às pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Segundo a professora Denise Daud, coordenadora da Cdex, a recepção do festival é muito positiva e tem um retorno social. Ela reforça que a segunda edição do evento contou com um maior número de inscritos do que no ano passado. Este ano foram 25 inscritos. “Nós temos aqui egresso do Direito que tá trazendo uma banda dele pra tocar, que ficou sabendo assim pelas redes sociais e veio, né. Então eu acho que isso é muito bacana, porque a pessoa viu lá fora e, nossa, vou participar. Também já temos, assim, os estudantes artistas se manifestando, dizendo que querem participar da entrega dos alimentos.” enfatizou.
Como no ano passado, a coordenadora enfatiza que todo alimento arrecadado será doado para pessoas em situação de vulnerabilidade social e destaca que os participantes do evento estão animados para a ação. “Todo material de divulgação aqui é feito pelos acadêmicos que estão na comunicação da Cdex. Esse ano tivemos uma participação maior das Escolas, então quase todas estão representadas.” completou.
A reitora da instituição, Olga Izilda Ronchi, prestigiou o festival e reforçou como o evento encerrou o mês de celebração ao aniversário da universidade de forma belíssima. “Estou achando muito bacana ter também gente da pós-graduação participando, acho que isso vai qualificando cada vez mais o festival. Então, as expectativas são as melhores possíveis, especialmente da dessa oportunidade dos nossos estudantes mostrarem suas qualidades, seus talentos musicais.” enfatiza.
Olga Ronchi ainda reforça a importância da arrecadação, fazendo parte da identidade da universidade, uma ação comunitária, composta por valores baseados no cristianismo e no humanismo cristão. “Esse gesto também de solidariedade com quem tem menos, com quem tem mais necessidades e, portanto, um momento de praticar esse ato de compartilhamento, de ser solidário com o outro, de ter empatia pelo sofrimento do outro, pela ausência, muitas vezes, de condições materiais de sobrevivência. Então, esse gesto também coroa esse belo projeto que é o Sou PUC. Uma grande missão de vida, uma grande missão de fraternidade.” finaliza.
Sonho
Em uma família onde o avô e pai são cantores, não profissionalmente, desde muito nova, Laysa de Oliveira Nunes cresceu com o microfone. Acadêmica do 3° período de Enfermagem, de 20 anos, mudou-se para Goiânia com o objetivo de viver pela música. Estando no início do curso, destaca estar tranquila em relação ao gerenciamento dos estudos com a música e que possui demandas apenas nos fins de semana, “Mas geralmente também show, alguns eventos são mais final de semana. Então a faculdade a gente deixa ali o período semanal, segunda a sexta. E a música final de semana, pra poder equilibrar.” ressalta.
Na noite do festival, a vencedora do primeiro lugar, de acordo com os avaliadores, apresentou uma música autoral, mesmo não sendo uma composição própria, será gravada pela primeira vez pela estudante. A canção nomeada Milagre em Boca, uma representação da mulher que tenta alertar as demais sobre os seus companheiros, enfatiza o desejo de apresentar a música para a conscientização sobre os relacionamentos abusivos. Ela ainda destaca que o evento é uma oportunidade de mostrar os talentos de cada um, uma forma de libertação, de mostrar a arte e o que está dentro de cada um para poder transmitir às pessoas em volta.
Uma noite cheia de música, dança, poesia e exposições, que realmente irá ficar marcado. Gabriel de Souza Coelho, de 22 anos, acadêmico do 9° período de Arquitetura, ganhou o 3° lugar na votação dos avaliadores. Ele descobriu o mundo dos quadrinhos desde os 7 anos e hoje já possui um livro de HQs publicado, Edifício. Devido à sua experiência em um escritório de arquitetura de interiores, acabou utilizando o curso e a paixão pelos quadrinhos para a criação do livro.
“Então, essa vontade constante que eu tinha de querer fazer uma história em quadrinhos eventualmente ia se chocar com o que eu faço na vida. Com essa ideia de projeto, engenharia, arquitetura o tempo todo na cabeça. E vieram muitas ideias diferentes, mas o Edifício foi uma das que eu falei, vou colocar em prática. Então, um ano atrás, eu coloquei isso no papel e coloquei para valer. No papel, no caso, seria na prática, porque desenhar é colocar no papel, vamos dizer assim.” relatou o autor.
Ele descreve como a história dos quadrinhos é algo cultural, fonte de inspiração para exposição de seu trabalho e destaca como o evento possibilita a divulgação da leitura desse material, “O Brasil exporta muito história em quadrinhos e eu acho que as pessoas não sabem muito disso. Sobre a parte da tirinha, eu estou a desenhar ao vivo, é inspirado muito em cartunistas independentes que eu conheço. O falecido Ota, ele era um quadrinista que ia nos eventos também, desenhava, vendia histórias em quadrinhos falando sobre o evento. Eu acho isso uma iniciativa bem legal para engajar o público dentro da própria história.” completou.
Avaliação
Para avaliar as apresentações e as exposições, um mega trio de avaliadores foi formado. Entre eles, a professora de música da rede estadual de educação, Angela Cristina Coelho, que atua há 22 anos na profissão. A professora que acredita na arte, destaca o festival como uma ação transformadora. “Uma linguagem assim que transforma, que promove o bem-estar, desenvolve tantas coisas importantes. E um festival desse nível, da PUC, é justamente para fomentar a arte, a participação dos meninos, envolvimento com a comunidade, alegria, bem-estar e prazer, porque é o que a arte e a música trazem para a gente. E todas as outras linguagens de um modo geral.” afirmou.
Angela descreve que a avaliação engloba diferentes observações durante as apresentações, como a questões autorais, a produção, a interpretação, as apresentações, a criatividade e a relevância temática, questões ambientais, socioculturais.
(Texto: Nívia Menegat – Estagiária de Jornalismo da PUC Goiás)