Memorial do Cerrado oferecerá programação especial durante a Semana dos Povos Indígenas
O Memorial do Cerrado oferecerá uma programação especial durante a Semana dos Povos Indígenas, que ocorrerá de 17 a 20 de abril na PUC Goiás. Além de disponibilizar toda sua infraestrutura, formada por museu, vila cenográfica, fazendinha, quilombo, aldeia e trilha ecológica, a equipe do Instituto do Trópico Subúmido (ITS) organizou um circuito de atividades, composto por exposição fotográfica, contação de histórias, cineminha e escavação arqueológica para receber as escolas que visitarem o complexo nos dias do evento.
De acordo com a coordenadora acadêmica e pedagógica do Instituto, profa. Nicali Bleyer, toda a programação será pautada pela temática dos povos originários. O intuito é que as atividades dialoguem entre si, de forma que as crianças e adolescentes compreendam que só é possível conhecer as próprias raízes através da ancestralidade indígena.
“Temos uma exposição fotográfica antiga, que traz essa memória da ancestralidade articulada à contação de histórias, porque é assim que os povos originários perpetuam seus mitos, modo de vida, saberes sobre a natureza e sobre a sociedade. Queremos mostrar que isso também está atrelado a nós, que não tem nada de diferente. A ancestralidade é importante para nós, porque os povos originários são nossas raízes”, refletiu.
Ancestralidade viva
Uma das exposições foi montada dentro do Museu de História Natural e aborda o tema Ancestralidade viva: uma jornada fotográfica pelos povos originários. As fotografias foram feitas entre 20 e 50 anos atrás por fotógrafos não indígenas, como registro documental dos grupos Karajá, Tapirapé, Xavante e Avá-canoeiro. Elas são de autoria de Franca Vilarinho, Jesco Von Puttkammer, Walter Sanches e Antônio Carlos Moura.
“Ao revisitá-las, percebemos nas imagens o poder de nos transportar para aquele tempo e ver pessoas em seu cotidiano atraídas pela presença do fotógrafo. Estamos remexendo o passado e mostrando crianças e adultos, que hoje estão mais velhos ou já se foram. É a ancestralidade que está viva na memória coletiva dos povos indígenas que essa exposição fotográfica quer compartilhar, a vida cotidiana, as tradições, as lutas, em outras palavras, a resistência dos povos originários”, informa o texto que apresenta a atração ao visitante.
Uma série de fotografias antigas de Paula Saldanha, que retratam vários grupos indígenas, fecham a linha narrativa da visitação guiada no Museu.
Outra novidade da programação será a contação de histórias (mitos indígenas), que ocorrerá durante a Semana dos Povos Indígenas, na Vila Cenográfica, atrás da igreja. As atividades ocorrerão das 8h às 17 horas, nos dias 17 a 20 de abril. No dia 19 de abril, especificamente, está prevista uma degustação de doce de buriti.
Novos espaços permanentes: escavação e cineminha
Enquanto as exposições fotográficas movimentam a programação do mês de abril, outras duas atrações ficarão permanentes no Memorial do Cerrado para ampliar o diálogo didático com os visitantes: uma sala multiuso voltada à educação ambiental fecha a visitação do museu e um sítio arqueológico, montado na trilha ecológica, foi preparado para que os estudantes das escolas possam vivenciar uma experiência de escavação arqueológica.
“Esses espaços novos ficarão de forma permanente no nosso circuito. Estamos organizando uma sala multiuso, onde vai funcionar um cineminha, experimentos didáticos, mostras, e também a escavação escola, onde os estudantes poderão encontrar cacos de cerâmicas didáticos, restos de ossos e fragmentos de rochas (material lítico) em um espaço preparado para essa finalidade”, informou Nicali.
Como participar da programação?
Para ter acesso à programação mencionada, as escolas precisam fazer agendamento pelo telefone: 3946-1711/17-28. O Memorial do Cerrado fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas. O valor do ingresso é R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).