Escola de Circo Dom Fernando apresenta Mostra da Colheita
Bons frutos são colhidos por meio da arte. Foi assim que 35 educandos da Escola de Circo Dom Fernando aceitaram o desafio de socializar com o público tudo aquilo que foi aprendido em 2022. Prestigiadas pelos familiares, as crianças participaram da Mostra da Colheita, espetáculo de fim de ano que ocorreu na manhã desta quarta-feira, 23, no Centro de Educação Comunitária de Meninos e Meninas (Cecom).
Trazendo brincadeiras populares, perna de pau, dança, equilíbrio e malabares, os artistas mirins encantaram o público, que interagia com as crianças por meio de aplausos de incentivo e palmas para acompanhar o ritmo da música.
Animador do evento, o coordenador da Escola, Danilo Joaquim da Silva, explica que além de mostrar as habilidades adquiridas, o espetáculo trabalha temáticas sociais importantes, como o protagonismo infantojuvenil e a preservação do meio ambiente.
Fundamentada pelos princípios do circo social, o foco principal da Escola não é formar artistas, mas sim incentivar a formação crítica e criativa dos educandos, na perspectiva da cidadania e dos direitos humanos.
Atualmente, a iniciativa acolhe 110 crianças e adolescentes da Região Noroeste de Goiânia (Setor Santos Dummont e bairros vizinhos), que são atendidas no turno matutino e vespertino com atividades de arte-educação.
Retomada presencial
Além de socializar os resultados de um processo construído ao longo do ano, o espetáculo também marcou a retomada presencial das atividades, já que a Escola de Circo precisou se reinventar no período pandêmico.
Entre 2020-21, as atividades foram ministradas de forma remota e essa mudança exigiu da equipe bastante superação e criatividade, afinal a essência do circo é presencial. “Foi um semestre muito produtivo. Estamos superando os desafios da pandemia, então conseguimos resgatar todo nosso projeto pedagógico. O trabalho presencial retornou neste ano e esse calor humano é essencial”, celebrou o coordenador.
Reinaugurada no Cecom em novembro do ano passado, a Escola de Circo Dom Fernando é uma iniciativa extensionista que nasceu dentro da Instituto Dom Fernando (IDF), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil da PUC (Proex).
Representando a Proex, o coordenador de Assuntos Estudantis, Valterci Vieira, destacou o compromisso histórico da universidade de proteção à criança e ao adolescente. Ao mesmo tempo, enalteceu o Cecom como um campo fecundo para atuação dos professores e estudantes da PUC Goiás que desenvolvem, no local, atividades de voluntariado e estágio nas diversas áreas do conhecimento.
Protagonismo das crianças
Enquanto o público aguardava a apresentação, nos bastidores, atrás da cortina, as crianças vivenciavam uma mescla de sentimentos, entre eles, a ansiedade e a empolgação. A educanda Amanda Santos Costa, 8 anos, ensaiava alguns passinhos de dança antes de entrar em cena e não escondia a satisfação por poder mostrar tudo que aprendeu à mãe, que estava na plateia.
“O que mais gosto na Escola são as brincadeiras”, disse a menina, concentrada para apresentação. Ao seu lado, a colega Jennyffer Lorraine, 10 anos, avaliou que o circo está aprimorando sua criatividade, além de desenvolver diversas técnicas com a perna de pau, dança, malabares e tecido.
Em seguida as educandas entraram literalmente em cena e, entre uma apresentação e outra, mostravam cartazes com temáticas sobre os direitos da criança e do adolescente.
Pelo olhar da família
Com a câmera do celular ligada para registrar todos os detalhes, Francisca Matias sentou na primeira fila do picadeiro para prestigiar o filho Pedro, educando da Escola. Com um sorriso explícito nos lábios e no olhar, ela partilhou a alegria por testemunhar o crescimento pessoal do filho, depois que passou a frequentar o circo.
“Com a pandemia meu filho ficou muito retraído, às vezes, agressivo e a Escola tem ajudado muito na socialização e no desenvolvimento dele. É um projeto muito importante”, avaliou.
E com essa mensagem de esperança, a Escola de Circo Dom Fernando encerrou as atividades de 2022 mostrando, mais uma vez, que o espetáculo da cidadania vai muito além dos limites do picadeiro.
Fotos: Wagmar Alves
Fotos: Wagmar Alves