Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado na PUC Goiás

Em consonância com a agenda do país, o Dia Nacional da Consciência Negra, símbolo da luta concreta contra o racismo, foi celebrado nesta quarta-feira, 20, na PUC Goiás, com homenagem a 17 personalidades que prestam serviços à cultura e memória dos povos africanos e seus descendentes em Goiás.

Durante a solenidade, a reitoria da instituição reconheceu o trabalho de docentes, funcionários, gestores, comunicadores, operadores do Direito e representantes do poder público envolvidos na causa, que receberam certificados de honra ao mérito, em alusão à data nacional, sancionada pela Lei 12.519/2011.

A reinauguração do monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares também pautou o Dia da Consciência Negra na universidade. O espaço, situado em frente à Biblioteca Central (Área 1, Setor Universitário), faz memória a essa liderança histórica que representa a luta dos negros contra a escravidão que sofriam os africanos. Zumbi foi morto enquanto lutava pelos direitos do seu povo, todavia a escravatura só foi oficialmente abolida no Brasil 193 anos após sua morte.

Além de rememorar essa história, o evento também enalteceu o trabalho desenvolvido pelo Programa de Estudos e Extensão Afro-Brasileiro (Proafro) da universidade, criado há 37 anos, como a primeira iniciativa acadêmica no Centro-Oeste em prol da causa negra.

O monumento, de acordo com o reitor da instituição, Wolmir Amado, foi edificado na Área 1 da universidade em 1987, passou por revitalização duas décadas depois e, neste ano de 2019, é reinaugurado e transferido para um espaço com mais visibilidade e destaque, fato que mostra uma atenção institucional e constância de discussões para o tema.

A luta do movimento negro, a desmistificação da Democracia Racial no Brasil, a relevância dos direitos conquistados por lei, o respeito à cultura e religião ancestrais e a relevância do Proafro foram algumas das pautas levantadas pelas negras e negros homenageados na solenidade. Para a professora do curso de Educação Física da PUC, Maria Zita Ferreira, a palavra de luta é a persistência intelectual.

“Com arte, cultura e educação nós aprimoramos essas motivações. Para um negro chegar a um assento institucional formal é muita luta. Quero agradecer a Zumbi dos Palmares por essa honra em representar a nossa consagração de lutas e por não sermos omissos ao debate. Quando nos colocamos no centro das discussões, nós temos o que oferecer para a sociedade mundial”, ressaltou.

Assessora da Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil, a profa. Janira Sodré Miranda, que também esteve à frente da coordenação do Proafro, afirmou que o Dia da Consciência Negra representa um reconhecimento ao trabalho de justiça sócio racial no Brasil que, no decorrer de 139 anos de República, trouxe desvantagens para a população de ascendência africana.

“A PUC tem uma longa história na causa e é uma universidade que acompanha a tendência do país, aumentando a população negra no seu alunado. A instituição tem muitas possibilidades e potencialidades exploradas dentro da sua história e da sua identidade para avançarmos nesta parte”, refletiu.

Após a entrega dos certificados, as homenageadas e homenageados dirigiram-se ao Monumento Zumbi dos Palmares, local que foi abençoado pelo arcebispo metropolitano de Goiânia e grão-chanceler da universidade, dom Washington Cruz. Vale ressaltar que o evento integra as comemorações pelo Jubileu de Diamante da PUC Goiás.

Fotos: Wagmar Alves